A semana de alta-costura francesa terminou nesta quinta-feira apontando algumas tendências que devem entrar para o circuito do prêt-à-porter em breve. Volume, desconstrução, cores que vão do tom lavanda ao fortes, como vermelho e preto estão entre elas. Peças que podem ser vistas nos jovens hipster, na rua, com rasteira ou botas over the knee. Confira algumas propostas do seleto grupo de de estilistas que fazem parte da Chambre Syndicalle de la Haute Couture, como Chanel, Dior, Maison Margiela, Vêtements, Valentino, Versace.
Shakespeare, Napoleão e autorreferências estão entre as inspriações mostradas nas passarelas das 30 grifes que fazem parte do grupo. Para ter o aval da câmara francesa, alguns requisitos são: apresentar modelos artesanais, empregar pelo menos 20 funcionários especializados (artesãos). mostrar pelo menos 35 modelos a cada desfile e oferecer as peças sob medida aos clientes.
A dupla de estilistas Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli podem ter apresentado sua ultima coleção juntos pela Valentino. Chiuri está cotada para assumir a Dior, no lugar de Raf Simons, que deixou a maison em 2015. Austera e com que de monástica, a inspiração veio em homenagem aos 400 anos da morte de Shakeaspeare, completados em maio. Vestidos longos, cores puras (branco, preto e vermelho) e golas tipo rufo (típicas do renascimento) estão lá.
Enquanto Maria Grazia Chiuri não assume, a dupla interina Lucie Meier e Serge Ruffieux fez releituras do clássico New Look, com saias mais amplas e dorso mais justo, de forma moderna e com rasteiras nos pés. Bordados dourados dão o tom de luxo visível às peças sempre em preto, branco ou bege.
O tweed sempre marca presença nos desfiles da Chanel, comandada por Karl Lagerfeld (há boatos de que seja o último desfile dele para a marca). O diretor criativo fez uma homenagem às artesãs que bordam, fazem as famosas camélias e constroem em detalhes cada look da casa. Esse profissionais são chamado de “petites mains” Nos olhos, triângulo preto na pálpebra inferior: seriam lágrimas de despedidas.
Um dos queridinhos dos tapetes vermelhos, Elie Saab levou para a passarela vestidos de festa com estampas, tendência em alta, e veludo como tecido, outro tecido forte.
O Atelier Versace apostou em fitas, silhueta justa e cores em alta, como o vermelho (com um toque de azul), a lavanda e preto, sempre presente. Não faltou o toque de sensualidade da marca.
Romantismo com tempero de lavanda também surgiu na proposta de Giambatista Valli
A desconstrução de roupas, com certa inspiração em Napoleão, foi o mote para a coleção assinada por John Galliano para a Maison Margiela. Botas acima dos joeljos, casacos largos e amarrações. Sim, é alta costura.
Oversize, jardineira, jaquetas, parceria com Levi’s, Manolo Blahnik, Reebok. Sim, isso é a alta-costura proposta pela Vetements, que fez seu desfile na Galeries Laayette. A marca assinada por Demma Gvasalia é grande, ampla e cheia de detalhes que a gente talvez não ousaria imaginar na haute couture, mas está lá para servir de referência. Afinal, muitas outras grifes estão ampliando suas silhuetas seguindo a trilha aberta pela grife mais descolada de Paris no mento. Hipster Couture para ninguém botar defeito. E já podem fazer seus pedidos, a marca entrou no see now buy now, mas sob medida para o cliente.