Você já se perguntou como fazer para higienizar as roupas que comprou, seja na loja ou online? Muita gente está em dúvida em relação a isso. Há quem lave a roupa antes de usar. Mas, e se for necessário vestir as peças urgentemente ou se não puder lavar em casa, por ser uma roupa especial, como fazer? Pois bem, antes que sejam lançadas roupas feitas com fibras que tenham a capacidade de desativar o vírus, como o fio lançado pela Rhodia ou o criado pela empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa da Fapesp (veja abaixo), veja as dicas de higienização de stylists (quem cuida da produção visual) de famosos que lidam com peças até já usadas por outras pessoas.
Tâmara Guzman, responsável pelos looks de Ticiane Pinheiro e Isabella Fiorentino, e Thiago Setra, stylist da advogada e comentarista política Gabriela Prioli e da apresentadora Juju Salimeni, revelam que os cuidados com as roupas emprestadas sempre aconteceram. Agora foram uma pouco mais intensificados. Ambos usam há tempos o Lysoform spray em todas as roupas. O produto custa na faixa de R$ 25 a R$ 30.
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“Antes, eu usava mais nos sapatos emprestados, porque tem ação antibactericida. Agora, intensifiquei o espirro também nas roupas e nas malas que envio para as clientes”, contou Tâmara. Ela afirmou que Isabella tem preferido vestir mais as peças dela mesma, que estão no guarda-roupa. “Como as gravações do “Esquadrão da Moda” voltaram recentemente e em ritmo menor, ainda não há tanta necessidade de novos looks. Com a Tici, que continua no ar com o “Hoje em Dia”, mesmo com o rodízio, fazemos o esquema de malinha”, revelou.
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A stylist recebe algumas roupas das assessorias e das marcas ou escolhe algumas do próprio acervo. Depois disso, deixa as peças nas araras por alguns dias e, só então, separa os looks e envia todos em saquinhos plásticos, dentro da mala, que além de ter sido também higienizada com Lysoform, como as roupas, recebe banho de álcool gel. “Com a Tici, há ainda outro estágio: no estúdio, a camareira passa o steamer, com vapor de mais de 70 ou 80 graus, que ajuda a matar as bactérias e vírus”.
Thiago Setra afirmou ao “Elas no Tapete Vermelho” que sempre usou muito Lysoform nas roupas, mesmo antes da pandemia. “Esse hábito é antigo. Além disso, mesmo quando compro roupa para mim, lavo antes de usar”, contou. Segundo ele, desde quando começou a cuidar dos looks de Juju Salimeni no programa “Legendários”, da Record, há mais de cinco anos, sempre passava o Lysoform spray quando recebia e quando devolvia. “Ela usava muitas hot pants e tops, roupas bem íntimas. Não tinha como usar ou devolver sem esses cuidados”, revelou.
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Orientação online
Hoje, o stylist que responsável pelos looks de Gabriela Prioli, disse que comprou até uma máquina de lavar com função sanitizante e desodorizante. O profissional, assim como Tâmara, também mudou um pouco a forma de orientar seus clientes.
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Se antes, o contato era pessoal, hoje é por videoconferência. “A Tici prova as roupas e vamos nos falando por Facetime”, afirmou Tâmara, que já fez até um editorial de moda online, com a modelo, o fotógrafo e outros stylists em suas casas.
Setra também apontou isso como diferencial no momento. “Tenho clientes em outros Estados, então já estava acostumado a mandar looks e ver à distância, mas atualmente, tudo é feito por online, de forma mais intensa”. Ele vê uma vantagem nisso tudo. “Como as assessorias das marcas e as próprias grifes têm mandado fotos e catálogos das peças, meu trabalho fica mais focado para criar os looks. Antes, pegávamos muita coisa e na hora de montar, demandava mais tempo”.
Novos tecidos
A Rhodia desenvolveu em tempo recorde, pouco mais de três meses, o fio Amni® Vírus-Bac Off, fio têxtil de poliamida antiviral e antibacteriana com efeito permanente, que pode ser usado em roupas do dia a dia, esportivas, uniformes e até em máscaras. Segundo a empresa, algumas marcas já se interessaram em produzir peças com fio, principalmente para o segmento esportivo. A tecnologia faz com que vírus envelopados, numa camada de gordura, seja desativado em até 30 minutos o contato com o tecido. Segundo Renato Boaventura, vice-presidente global de poliamida e fibras da Rhodia, isso acontece porque o ativo presente na poliamida destrói a camada de gordura que envolve o vírus. O outro mecanismo desativado pelo fio é a transmissão eletroquímica do vírus, neutralizando sua ancoragem na célula humana.
Outra novidade divulgada esta semana foi o tecido desenvolvido pela empresa paulista Nanox, apoiada pelo Programa Fapesp, Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), que tem micropartículas de prata na superfície que demostrou ser capaz de inativar o coronavírus SARS-CoV-2. Em testes de laboratório, o material foi capaz de eliminar 99,9% da quantidade do vírus após dois minutos de contato.
“Já entramos com o pedido de depósito de patente da tecnologia e temos parcerias com duas tecelagens no Brasil que irão utilizá-la para a fabricação de máscaras de proteção e roupas hospitalares”, disse Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox, à Agência FAPESP. O tecido é composto por uma mistura de poliéster e de algodão (polycotton) e contém dois tipos de micropartículas de prata impregnadas na superfície por meio de um processo de imersão, seguido de secagem e fixação, chamado pad-dry-cure.
Até que roupas com tais tecidos não estejam no mercado, a preços acessíveis, o melhor é apostar nas dicas dos stylists, sem esquecer os demais procedimentos recomendados pelo pela Organização Mundial da Saúde: usar máscaras, lavar as mãos sempre, passar álcool em gel. E, se puder, ficar em casa.