O terceiro dia da 47ª edição do São Paulo Fashion Week trouxe temas que se referem ao Brasil, seja pelas inspirações tropicalistas e indígenas, vista em PatBo e Amir Slama, seja pelo ótimo desfile de João Pimenta, que transcende a roupa para mostrar modelos com saco de plástico na cabeça, numa referência a torturas tanto políticas quanto de gênero.
Um ativismo fashion, em sintonia com nosso momento político, recheado de brilho e vestidos usados por homens (qual o problema?), estilo que faz parte da história do estilista, perfeito como sempre na modelagem, no acabamento e nos bordados. Que desfile, gente! Para ficar na história.
A “brasilidade gringa” vem através de flores e faunas brasileiras, que há tempos estão nas passarelas, mas continuam firmes e fortes, mostrando uma moda for export. O desfile da PatBo, com vistas ao mercado de fora, é um ótimo exemplo. Ela mostrou ainda que as estampas servem para homens e mulheres.
Amir Slama bebeu da fonte do Brasil colonial, colocando penas e índios, ao lado do brilho e da sofisticação de sua sempre impecável moda praia e também urbana. Também levou “mulheres reais à passarela”, na parceria que fez com a atriz Suzana Pires, que lançou projeto Dona de Si, de empoderamento feminino.
E o brilho mantém-se como uma das tendência em alta para o verão 2020, inclusive na praia. Vimos em Lenny Niemeyer na última terça (23), em PatBo e em Amir Slama, nesta quarta-feira (24). João Pimenta também colocou muito brilho em seus blazers, casacos e vestidos.
Se Pimenta colocou homens de vestido, o estilo sem gênero também veio com a estreia no SPFW da marca Another Place, criada especialmente para vestir homens e mulheres da mesma forma, inclusive com modelagens que cabem na anatomia dos dois sexos.
E por falar em dois sexos, a Modem primou pela alfaiataria desconstruída, com mistura de materiais e de cores. Os tons fortes, ácidos, neons, vieram ao lado de bege (outra tendência em alta), além de sobreposições e brilho (olha ele de novo, aí!).
O bege, além do preto, branco, verde e rosa, também entrou no desfile de Gloria Coelho, na Faap, que fez uma coleção chamada surf couture. Ou seja, elementos do esporte traduzidos para a alta-costura. Claro que com o DNA da estilista, com 45 anos de carreira, em cada peça. As placas retangulares aplicadas sobre tule branco são um bom exemplo.
O dia terminou com Lino Villaventura, outro estilista com DNA próprio, mas que inclui elementos novos em cada coleção. Dessa vez, os casacos de vinil, estufados, faziam par com suas peças sempre estruturadas em moulage, e ricamente bordadas. Jaquetas com camuflagens, que recebiam tratamento dourado também foram destque. Na passarela, modelos das antigas, como Marina Dias e Thalita Pugliese, além de Vivi Orth.
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Tendências apresentadas no terceiro dia de desfiles do SPFW Verão 2020