Por Rosângela Espinossi
Sabe todas aquelas tendências que você vê nas passarelas, mas de repente aparecem num só desfile de cair o queixo? Então, foi o que aconteceu com a apresentação da marca À La Garçonne, de Alexandre Herchcovitch e Fabio Souza. Esportivo, militarismo, fetichismo estavam lá, mas sempre de forma mais suavizada. Algo como Faço Amor, Não Faça Guerra. A mistura do leve com o pesado culminou com peças que misturavam rendas e telas, com sarja e couro. E o lado fetichista aflorou com a transparência quase explcítida, deixando em dúvida se os órgãos genitais estavam cobertos ou não. A resposta é: estavam, mas não estavam, quase como uma malha transparente fazia as vezes de meia. Mas quem liga pra isso se a roupa é muito legal, né?
O esportivo, que é forte, forte, forte, por exemplo, vem com transparência, para eles e elas. O universo do boxe é o que mais apareceu, sempre suavizado com a pele à mostra por meio de peças de plástico, com tecidos leves, como cetim, e inscrições como Love. Foi um desfile grande, com a releitura de ícones da carreira do estilista. Xadrezes, preto, saia masculina e jaquetas perfecto customizadas apareciam ao lado de peças mais pretty, como a blusa esportiva, com inscrições e faixas laterais, usadas com uma saia godê.
Moletons, feitos em parceria com a Hering, também marcaram presença na passarela e estarão à venda logo logo. Outra parceria da dupla foi com a Hope, que surgiu em forma de vestidos pretos de renda ou com tela, pra lá de sensuais e fetichistas. Usado sem nada por baixo, a sexualidade aflorava a cada passo das modelos. Para os meninos, Herchcovitch deixou até alguns bumbuns de fora.
O militarismo vem nas peças verde-oliva, em parkas mais retas, usadas com saias, shorts ou calças. Nos coturnos pesadões, com spikes. Tudo, porém, mostrado com delicadeza. A fila final foi embalada pela emblemática Je T’aime Moi Non Plus, com Jane Birkin e Serge Gainsbourg.
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