O que a Palmirinha tem em comum com marca de moda genderless (mesma roupa para homem e para mulher)? Em princípio, nada. Mas a apresentadora de programas culinários – que recentemente se reencontrou com Ana Maria Braga, com qual trabalhou cinco anos no Programa Note e Anote – fez uma aparição na apresentação de estreia da marca comandada pelos pernambucanos Rafael Nascimento e Caio Fortes. Era uma ação comercial, ok. Mas não deixa de ser surpreendente.
A expectativa era de que ela cruzasse a passarela toda, mas apenas entrou, acompanhada por um modelo e assistiu ao desfile na primeira fila. No final, saiu aplaudida pelo público. Conhecida por criar peças com sua logomarca, usadas por artistas como Anitta e Luísa Sonza (lembra-se do colete estilo à prova de bala que ela usou recentemente?), a grife, que como o nome diz, quer sair do lugar comum.
E tem conseguido. Trata-se de uma marca longe do mainstream, não tem uma loja física, suas vendas são pela web e em pop ups. E mais,os preços são ótimos, comparando com demais grifes do SPFW. Aliás, essa edição é a que mais apresenta marcas novas, antenadas aos anseios do público jovem. No site da Another Place, a peça mais cara custa R$ 800. Trata-se deu um macacão, cujo prazo de entrega é de 15 dias.
No desfile assistido por Palmirinha, deixaram a logomania, mas não o conforto. Calças, camisas, macacões vinham em tecidos como algodão (70% da coleção) e jeans. Aliás, os jeans customizados em parceria com a Levi´s, com 100% de lucro revertido à Casa 1, centro de cultura e acolhimento LGBTs.
As mesmas peças eram usadas por homens e mulheres, inclusive a alfaiataria, novidade da marca. Detalhes como vazados nas laterais das calças deixam a camisa e t-shirts transparentes, algumas em estampas de cobra, à vista.
A beleza a cargo de Carla Biriba foi inspirada numa pós-festa, com blush meio derretido e olhos marcados em azul, preto e vinho. Os cabelos vieram com a tendência do momento: neon. Apliques foram colocados nas modelos em tons de azul, rosa e laranja. Aliás, a cor surgiu em algumas peças, como num dos macacões. Destaque para as bolsas, que podem ser usadas nas costas, com as alças cruzadas na frente, e para o conforto e a praticidade das criações. Palmeirinha provou que além de não ter gênero, a coleção também não tem idade.