Depois de Deborah Secco entrar na passarela da grife estreante Torinno, foi a vez de Camila Queiroz encerrar os desfiles desta segunda-feira (22). Ela participou da apresentação da linha feminina de João Pimenta, que teve um casting composto só de negras, com exceção da atriz.
Camila, que também desfilou para a Le Lis Blanc, em comemoração aos 30 anos da marca na última semana, mostrou um vestido longo (tendência da temporada), em tons de rosa, preto e branco, misturados em tiras de algodão e flores de algodão bordadas e aplicadas. O bordado apareceu em outras peças desfiladas.
O estilista dá seu recado em tempos movidos a discursos racistas e de intolerância no cenário político nacional. A escolha das modelos é o desdobramento de um trabalho feito pelo estilista na Amazônia, com seringueiros, que ajudaram a criar os látex misturados com algodão, tecido base de toda a coleção e que serviu também de inspiração ao estilista.
Assim como o vestido da atriz, grande parte das criações de Pimenta vinham em patchworks feitos com tiras de várias cores do tecido. Sarja, tricoline e malha de algodão, além do látex, foram os materiais utilizados na coleção.
As cores que estão em alta no momento também não faltaram nos looks, como, azul, rosa, amarelo, preto, urucum, marrom e off-white. Apareciam ora separadas, ora juntas, nos patchworks e em estampas gráficas, com apelo tribal, também inspiradas em seu trabalho batizado de Pimenta na Amazônia.
O estilista, apesar de fazer uma obra autoral, não deixa de lado algumas tendências em alta, como a modelagem larga, mangas amplas e blazers também amplos, uma das principais apostas para as próximas temporadas.
Listras, babados e camisas de mangas amplas, que compunham vestidos, saias e sobreposições, foram algumas das principais apostas de Pimenta.
Destaque para as camisas, com mangas bufantes, amplas e com babados, em tecidos lisos ou listrados, estampa que deve dominar a cena nas próximas temporadas.
Após o desfile, a noite terminou com show de Vanessa Da Mata no saguão da Arca, galpão de 9 mil m², onde antes funcionava uma metalúrgica.
Modem
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Franja, assimetria e tons como azuis, cáqui, lilás, verdes, além do preto e do prata marcaram o desfile da Modem, que se apresentou pela segunda vez no SPFW. A grife, agora apenas com André Boffano na direção criativa, mantém-se com a alma na arquitetura, tanto que convidou o arquiteto e designer Rodrigo Ohtake, que assinou os tapetes que enfeitavam a passarela.
Os shapes vinham estruturados e alongados, com assimetria, deixando a silhueta das modelos (muitas de cabelos muito curtos) mais longilíneas. As franjas prometem ser destaque para as coleções de inverno 2019, pois também apareceram na apresentação da Lilly Sarti.
Muitos couros sobrepostos, mas sem criar volumes exagerados. As estampas também são inspiradas na obra de Ohtake, com desenhos geométricos e orgânicos. Entre os acessórios, uma releitura da bolsa Câmera, da própria marca, que lembrava formato de lentes de máquinas fotográficas.