O Dia das Mulheres começou a ser celebrado no começo do século 20, com passeatas nos Estados Unidos por melhores condições de trabalho. A data, porém, foi oficializada pela ONU em 1975. Tanto tempo depois, feminicídios e agressões contra a mulher ainda trazem números assustadores – estima-se que só em janeiro desde ano 119 mulheres foram mortas e outras 60 sobreviveram a ataques de companheiros, de acordo com levantamento do jornal Folha de São Paulo.
Situação que parece não ter fim, a menos que família, escolas e governo pensem na forma como as novas gerações devem ser criadas para afastar preconceitos, machismo e violência. Não só neste 8 de Março, mas todos os dias e em todos os momentos. Tarefa difícil, mas não impossível. Enquanto isso não acontece, vemos mulheres que mostram que são donas de seus narizes e não têm medo de exibir seus corpos e suas ideias, mesmo que para isso enfrentem a enxurrada conservadora nas mídias sociais.
Por isso, separamos 7 mulheres, que provam, com suas atitudes e estilo fashion, que não se importam de “trocar flores por” transgressão. E sem medo, impõem suas opiniões. Confira os exemplos de Anitta, Cleo, Daniela Mercury, Mariana Xavier, Jojo Todynho, Lady Gaga e Xuxa. Estilos diferentes, mas com atitudes em comum: provam que não devem nada a ninguém.
Anitta
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Durante o Carnaval, Anitta protagonizou série de homenagens a mulheres e personagens dos anos 1990 e 2000, incluindo a Tiazinha, vivida na época por Susana Alves. Assim como em seus clipes, Anitta não tem vergonha de mostrar seu corpo, de assumir a fantasia de dominadora sensual e de curtir a vida sem travas nem preconceitos. Casou-se, separou-se e assumiu que se divertiu no Carnaval, beijando até Neymar, seu amigo, em camarote no Rio. Como a cantora disse em seu stories, ela trabalha, paga suas contas e tem o direito de beijar quem ela quiser, certo? E mais, disse que talvez tenha beijado metade do camarote. Sambado na cara da sociedade… palmas para ela.
Cleo
A atriz e cantora Cleo, filha de Gloria Pires e Fabio Junior, é uma que defende a liberdade de a mulher fazer com seu corpo o que bem entender. A legenda dessa foto publicada no Instagram diz tudo: “E dane-se o sexy sem ser vulgar. Eu sou o que eu quiser quando eu bem entender”. Nada mais a acrescentar, né?
Daniela Mercury
Aos 53 anos, Daniela Mercury não se cala em relação à onda conservadora paira sobre o Brasil. Com o hit “Proibido o Carnaval”, gravado junto com Caetano Veloso, a baiana arrastou multidão mais uma vez no Carnaval de Salvador. “Tô no meio da rua, tô louca/Tô no meio da rua sem roupa/Tô no meio da rua com água na boca/Vestido de rebeldia/Provocando a fantasia”. Em resposta a um tuíte do presidente Jair Bolsonaro, no qual falava sobre os artistas que se locupletavam com a Lei Rounet, Daniela respondeu: “Reitero aqui a minha disposição de conversar com o senhor e com sua equipe sobre a Lei Rouanet. Se assim desejar, irei com minha esposa, que é também minha empresária, até Brasília para conversar com o senhor sobre o assunto.” Resistência com inteligência.
Mariana Xavier
Protagonista do clipe “O Nome dela é Jennifer”, Mariana Xavier é a prova de que ter preconceito contra mulheres fora do “padrão” é mais do que ridículo nos dias de hoje. O clipe, aliás, não faz nenhuma referência ao seu corpo, mostrando que Jennifers ou Marianas são o que são independente da balança. Ela posta fotos de biquíni e ainda apimenta a legenda, como essa, tirada de música da Iza: “Eu sei que o meu corpo te incomoda. Sinto muito, o azar é seu”. É isso aí?
Jojo Todynho
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A cantora Jojo Todynho é outra que veio mostrar que ser negra, da periferia e gorda não é empecilho para ela. Corajosa, quebrou paradigmas fashion ao usar roupas que cobrem apenas parte de seus seios, sem preconceito algum. E prova isso com essa publicação no Instagram. “Quem tem personalidade e caráter, vive e conduz a sua vida da forma que quer, ser uma mulher de fibra não é pra qualquer um, dona de si, autêntica e determinada”. Jojo, você tem toda razão, ser dona de si não é para qualquer uma. Que sirva de lição a muitas outras garotas.
Lady Gaga
Sabe o que significa resiliência? A capacidade de superar limites, de se levantar quando o mundo quer você no chão, de ir em frente depois de enfrentar má sorte e provações. Pois bem, Lady Gaga sofreu bullying, foi estuprada, passou por depressão, enfrenta o lúpus e fibromialgia, que provoca dores pelo corpo, foi demitida de sua primeira gravadora. Mas seguiu em frente e 2019 provou que sua luta teve sentido. Tornou-se a primeira pessoa (não mulher) a ganhar o Oscar, o Grammy, o Globo de Ouro e o Bafta num mesmo ano, pela canção “Shallow”, do filme “Nasce Uma Estrela”. Seu discurso no Oscar é para ficar na história: “Não é sobre ganhar, é sobre não desistir. Se você tem um sonho, lute por ele. Existe uma disciplina. Não é sobre quantas vezes você foi rejeitado, caiu e teve que levantar. É quantas vezes você fica em pé, levanta a cabeça e segue em frente”.
Xuxa
Sem vergonha de aparecer sem maquiagem, Xuxa se reinventa, apresenta programas na Rede Record, como o atual “The Four Brasil”. O estilo dela é jovem para todas as idades, até emprestando bota de amigas de sua filha, Sasha, como fez com o calçado de Bruna Marquezine. Usa minissaias, decotes e ainda dá lição de moral para muita gente que acha que o tempo não passa para os artistas. Quando publicou essa foto (acima) “in natura” em seu Instagram, foi duramente criticada por deixar aparecer os fios brancos e as rugas. Durante coletiva de imprensa do novo programa da Record, falou: “Aceita que dói menos”, disse depois de afirmar que “as pessoas querem que eu seja a mesma menina de 20 anos quando comecei na Gobo. Não dá para ser, não dá”.