O título desta matéria não é literal. As roupas não estão do avesso de verdade, como aconteceu nos idos dos anos 1990/2000 com as ideias do estilista belga Martin Margiela, de contestar a própria moda e fazer com que as costuras ficassem aparentes. Afinal, o que é direito e avesso? Nas passarelas do SPFW, os fios soltos, riscados ou como estivessem presos ao tecido marcaram presença, de formas diferentes.
Lino Villaventura, Fabiana Milazzo e Luiz Claudio Silva, para seu Apartamento 03, mostraram o lado de traz da roupa, cada um a seu modo. Confira e aposte, porque é tendência.
Lino Villaventura
As roupas desfiladas por Lino Villaventura apareceram, para homens e mulheres, com pontilhados brancos e amarelos sobre fundo preto. O efeito fez lembrar os riscos feitos com molde nos tecidos antes de serem cortados e costurados. Usado no lado direito, os desenhos do estilista criaram uma ótima composição gráfica nos looks, lembrando alinhavos.
Fabiana Milazzo
Inspirada na comunidade das ilhas flutuantes de Uros, do lago Titicaca, em Puno, Peru, a mineira Fabiana Milazzo colocou sua expertise em bordados deixando linhas sobrantes em alguns dos looks. A ideia surgiu exatamente do avesso dos tapetes fabricados na região, onde os fios ficam pendurados. O resultado foi um charme extra à lindas peças com bordados em tons fortes da coleção.
Apartamento 03
Das memórias de infância do estilista Luiz Claudio Silva vieram os fios costurados por fora das peças apresentadas no SPFW. No desfile, que teve a participação de Gloria Pires, como Beth, para “O Outro Lado do Paraíso“, vestidos, coletes e casacos apareceram com o recurso, formando um xadrez desconstruído como estampa. Afinal, em casa de costureira (sua mãe e tias exerciam o ofício), sair com um fio branco sobre uma roupa preta é a coisa mais comum do mundo, né?