Ronaldo Fraga sempre surpreende. Em seu desfile no São Paulo Fashion Week, criou uma praia, com cadeiras de madeiras estampadas com seus desenhos, no gramado ao lado da Oca, no Parque do Ibirapuera. A moda praia de Ronaldo Fraga é retrô e para todos. Todos mesmo. No casting, modelos idosos e tatuados, pessoas com próteses nas pernas, brancos quase transparentes, negros retintos, gordos de verdade, magros, baixos e altos. A Miss Brasil 2016, Raissa Santana, também participou.
Ronaldo voltou aos anos 20, quando o Brasil descobriu a praia, não só para fins medicinais. Os maiôs, sungas e bodies vinham todos com shape daquela época. Bermudas justas, calções enormes, maiôs grandes. Em geral bicolor, com bolinhas e listras, principalmente marrom e rosa. Desenhos engraçadinhos. “A praia é de todos. Aproveitei e coloquei na passarela todo meu casting. Antes, colocar gente normal na passarela era palhaçada, mas não. E venho insistindo nisso.”
Claro que fica estranho ir atualmente à praia com peças dos anos 20, mas é possível montar produções diferentes e fora do comum com as criações de Ronaldo. E sim, há maiôs para quem não quer ou não gosta de tomar sol, perfeitos para praia ou piscina. Para todas as idades, em especial para aquelas senhoras modernas, mas que não gostam de biquíni.
Idosos com o corpo todo tatuado, barbas e cabelos longos e brancos. Gordos com maiôs diferentes, pessoas com próteses e gente de todas as cores de pele. A praia de Ronaldo Fraga é democrática. Mais uma lição do estilista/artista que muita gente tem de aprender.
No final, todos entraram em pares, também díspares: velhos com jovens, mulher com mulher, homem com homem, branco com negro e também, homem com mulher. Todas as formas de amar valem a pena. A trilha musical ao vivo tocava obras de Pixinguinha.
Ronaldo foi para os aplausos com a camiseta que traz um recado para o presidente Temer: “Mr. Presidente, se o senhor não pensa no Brasil, pense nos netos do Michelzinho. ” Segundo ele, a camiseta não fala apenas do decreto assinado pelo presidente que autoriza a exploração da Amazônia que pode causar desmatamento do tamanho da Suíça. “Infelizmente, a praga da lavoura está longe de acabar. (…) temos de sair do Facebook e ir para as ruas”, afirmou. Veja vídeo abaixo.
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