Por Rosângela Espinossi
Vampiros e ciganos invadiram a passarela da Ratier, que se inspirou na Romênia para sua coleção de inverno 2017. Mas nada de medo ou assustador. Os personagens de Renato Ratier vieram elegantes e charmosos. O primeiro look, com um modelo alto e careca, era um casaco de lã escura com gola alta, extremamente bem cortado. O start para imaginar uma coleção em que a alfaiataria e a qualidade não são esquecidas.
Os tons escuros, como pretos e bordos, apontavam para a ideia de temas sombrios. obscuros, com um pé no esoterismo. Mas a parte clara, com casacos beges e off-white, clareavam a atmosfera cigana, buscada pela marca, que não abre mão de tecidos nobres como veludo, renda, lã, linho e tricô. Para completar, uma ótima sequência de jacquard com bordados exclusivos, desenvolvidos com exclusividade na França. Destaque para um casaco usado por um modelo homem, que cabe no guarda-roupa de qualquer mulher.
As tendências da temporada também estavam lá, com peças mais amplas, sobreposições e transparências, tudo com acabamento impecável. Mesmo os tricôs com aparência puida ganham aura de sofisticado quando aparecem ao lado de outras peças de couro justas ou mais largas. Destaque também para os macacões de veludo molhado. O tecido, em alta na estação, veio em preto, off-white e bordô.
Não podiam faltar ainda ponchos, coletes com franjas e lenços amarrados na cabeça de algumas modelos, como na veterana Marina Dias. Os homens vinham com os olhos com lápis preto. As calças largas, em alta, vestiam homens e mulheres, em alguns casos, presas no tornozelo. Para entrar no clima gipsy, calças masculinas com o gancho largo. A Ratier prova que as formas alongadas e peças unissex e atemporais sempre atingem direto o coração de garotos e garotas urbanos e elegantes. Renato Ratier não precisou ir a nenhuma cigana para ler isso em suas mãos.