Rosângela Espinossi
Lino Villaventura fez o que sabe fazer de cor e salteado e colocou algumas pitadas streetwear no desfile que encerrou o segundo dia da 43ª edição do SPFW. Abriu com a modelo trans Marcela Thomé, com um vestido estilo camisa, feito com pedaços de tecidos que oferecem volume e transparência. Lembrando que camisa branca é peça-chave das coleções de inverno. Depois veio Isabel Hickmann com túnica em xadrez branco fosco e brilhante. E mais uma série de brancos, inclusive para homens, com calças mais justas e camisetas alongadas.
Mas as nervuras, transparências, bordados e ricos trabalhos em seda marcavam presença a cada look, alguns formavam estampas orgânicas a partir das dobraduras dos tecidos em tons diferentes. Mantas nervuradas, criando volumes vinham nos homens e nas mulheres. O make variava do sem nada, até traços geométricos pretos na diagonal dos rostos e olhos marcados de preto.
Os vestidos com saias ampliadas por conta de tules vinham acompanhados de botas esportivas, com solado flat branco, botas pretas e sapatos prateados, mostrando que mesmo muito elaborados, os looks acompanham as tendências das ruas. Também não faltou transparência nos vestidos amarrados e enrolados no corpo, como num detalhado trabalho de moulage.
Pedras e bordados de flores também decoravam os looks, alguns com tecidos encorpados, mas com aspecto de náilon delicado. São as alquimias de Lino tomando conta da passarela, que no final trouxe dois looks iguais, de mallha de metal dourada, cobrindo até a cara dos modelos. Para surpresa, um era usado por um homem e outro, por uma mulher, provando que o estilo andrógino pode vir com luxo e sofisticação,