Por Rosângela Espinossi
A moda de rua, com moletons largos, capuzes, modelos em sua maioria negros, alguns gordos, com vitiligo, e Seu Jorge desfilando de saia e moletom com capuz (hood), com as letras LAB. Esse é nome da marca criada pelos irmãos e artistas Emicida e Evandro Fiotti, que tem direção criativa do estilista João Pimenta. Um show de Emicida encerrou o desfile, ovacionado pelo público.
Falando direto com o público-alvo, o mundo do hip-hop, as peças vinham com uma linguagem gráfica nas estampas, além de frases e palavras estampadas. A coleção trouxe peças amplas, quimonos, pantalonas, leggings, blusas mais largas, com fitas marcando a cintura, sobreposições.
Muitos modelos fora do padrão estético que marca a passarela, uma atitude forte e, acima de tudo, uma moda que fala alto contra o preconceito. Uma estreia necessária, que vem em boa hora nesse tempo em que os ânimos de uns e de outros, em relação a raça, opção sexual e religiosa estão acirrados. O recado foi dado. Numa das peças, estava escrita palavra Ubuntu, filosofia africana que significa, em poucas palavras: “Sou o que Sou Graças aos que Somos Todos Nós”. Ou, na gíria das ruas: “É nóis”. Sim, somos todos nós.