A grife Cavalera sempre teve seu DNA rellcionado à música jovem, mas com um pé no rock e no metal pesado. O próprio nome vem do músico Igor Cavalera, ex-integrante da banda Sepultura, que se juntou a Alberto Hiar, em meados dos anos 90 para lançar a grife. Igor saiu da banda e da grife, mas Alberto Hiar permaneceu sempre inovando.
Dessa vez, para susto de muitos fashionistas, levou à casa de espetáculo Tom Brasil um desfile-show com 24 cantores de música sertaneja, reunindo num só palco velha e nova geração. Nenhum cobrou cachê. Marciano, Milionário, Trio Parada Dura se juntaram a Fernando Zor (da dupla com Sorocaba), Thaeme e Thiago, Gabi Luthai, Roberto Maia, Breno e Caio Cesar, Bruno Araújo, Loubet, Rodrigo Marim, Cleber e Cauan, Rick e Nogueira, Felipe Duran, Lucyana Villar, Gustavo Mioto, Paula Mattos e Tuta Guedes. Luciano, parceiro de Zezé Di Camargo, foi anunciando, mas não compareceu ao desfile
E não é que o jogo fashion-sertanejo deu certo. Thaeme e Thiago abriram o espetáculo, ao som de “Disparada”, enquanto ainda passava um vídeo com Jair Rodrigues interpretando a forte música de Geraldo Vandré. Depois, os demais cantores entraram e se postaram no palco, enquanto os modelos entraram. “É o Amor”, “Romaria”, “Moreninha Linda”, “Menino da Porteira” e outros “hinos” da música de raiz fizeram a trilha musical do desfile, com casa lotada. A entrada do público foi possível por conta da campanha que a marca fez: em troca de um convite, a pessoa tinha de levar um livro nas lojas da Cavalera. Cerca de 2,5 mil pessoas compareceram ao evento.
De qualquer forma, é incontestável a influência do estilo musical nos jovens, tanto que muitas das músicas eram entoadas também pela plateia ligada ou não à moda. No quesito fashion, a marca trouxe vestidos com babados, florais com fundo escuro ou claro, longos, franjas, botas e peças metalizadas em dourado, tendência em alta, como o blazer masculino e o terninho feminino. Um romantismo em tom sertanejo pontuou as peças, em tecidos leves, misturados ou não com couro e jeans.
Jaquetas e coletes tipo Perfecto, claro, não faltaram, mas vinham até com violas bordadas nas costas. Para os homens, ternos com jaquetas e paletós mais curtos e as calças mais justas ou com cavalo largo. “A Cavalera tem a música em seu DNA e gostamos de sair da zona de conforto a cada coleção. É muito bom fazer as pessoas refletirem sobre as suas atitudes na sociedade de alguma forma”, disse Alberto Hiar, diretor criativo da Cavalera, no material de divulgação. “O nosso verão traz referências não só do estilo, mas também das experiências de vida dos sertanejos e estamos trabalhando nesta coleção há mais de 6 meses”, explicou Hiar. No melhor estilo See Now, Buy Now, a Cavalera fez os desfiles no momento em que as peças chegam às lojas. Veja mais fotos na galeria.
Fotos: Francisco Cepeda
