Duas marcas mineiras mostraram que mais do que bordados, a moda no Estado está cada vez mais forte no quesito tricô. A Faven e o jovem estilista Lucas Magalhães, que começou a mostrar as caras no Rio Moda Hype em 2011 e já passou pela Coven e pela própria Faven, provam que as peças com a trama feita à máquina estão firmes e fortes. Mas não pense em nada pesadão. O tricô de inverno de Minas é livre, leve e solto.
A Faven se inspirou na alemã Bahaus e seus movimentos na arquitetura, para fazer um trabalho de estamparia e sobreposições fortes. O grafismo na mistura de cores ganha espaço nas tramas de jacquard em tons contrastantes. A assimetria aparece em praticamente todas as peças, especialmente nas saias, que ganham movimento com o jogo de comprimentos.
E se você acha que o tricô no inverno tem de ser pesado, está enganado. A Faven mostra que as tramas podem surgir em vestidos cavados, com manga nadador, e em casacos tipo coletes compridos, sem mangas. As pantcourts (pantalonas curtas) também surgem, assim como blusas mais ajustadas.
Lucas Magalhães também lançou mão do grafismo em sua coleção de inverno, com combinações que trazem o preto e o branco, pink e preto; verde e preto, laranja e preto, além de zebrados ondulados. Em algumas peças em p&b, o grafismo lembrava teclas de piano nas barras dos vestidos, de dorso justo e saia evasê. Calças justas, saias largas, túnicas, jaquetas se misturavam em looks ousados. Vestidos justos e casacos, com listras tricolores, e muitos casacos também permearam a coleção do jovem estilista.
Outra grife mineira que apostou nos jogos gráficos foi a Anne Est Folle, das irmãs Renata e Ludmila Manso. Com coleção predominantemente feita em seda, a grife investe na sobreposição fluida e no mix de estampas. Pela primeira vez trouxe também tricô, como detalhes em golas e em mangas. Tudo na grife é maximalista, inclusive as botas cuissardes também estampadas. Claro que na passarela, vale misturar tudo. No dia a dia, vai ser uma delicia usar uma peça estampadona com outra básica.
A coleção de Inverno 2016 conta com ensembles e vestidos estampados e vaporosos, que são a cara da marca. A Anne est Folle acrescenta em seu mix, tricots assimétricos e recortados, com golas bold e mangas super longas e ainda botas com pegada mais fashion, que prometem causar impacto. As botas estampadas da marca aparecem às vezes como cuissardes combinadas com mini-vestidos, às vezes como ankle boots com vestidos e saias fluidos e assimétricos.
As bijoux da Anne est Folle aparecem nesta coleção em versão bold maximalista e com materiais inusitados.Os bordados em organza de seda e as estampas em cores fortes e contrastantes brincam entre volants e bandeaux, formando jogos de volumes que brotam dos recortes assimétricos das peças. A coleção maximalista e urbana da Anne est Folle transita entre vários universos, trazendo prints com referências em arquitetura, arte e design. O desfile traz o ritmo e a pulsação acelerada das grandes cidades.