A 53ª edição da Casa de Criadores fechou o segundo dia do evento com desfile que levou 20 criações exibidas por pessoas com deficiência à passarela: cadeirantes, amputados, cegos, de todas as idades e corpos. O projeto, em parceria com a terapeuta e consultora de moda inclusiva Daniela Auler, é fruto de um concurso feito com estilistas que apresentaram propostas que levaram em conta a praticidade e com novas soluções e propostas para o vestuário de pessoas com deficiência.
Fechamentos com velcro, modelagem adaptadas a várias necessidades especiais, como a facilidade de guardar carteiras e celulares para que tem dificuldade com os membros superiores, facilidade para a colocação ou retirada de peças para quem necessita de cadeiras de rodas, além de acessórios que facilitam pegar objetos do chão foram outras propostas desfiladas.
Moldes feitos para pessoas com nanismo, cujo biotipo é diferente das pessoas sem a alteração genética; peças com compartimento para receber bolsa de colostomia ou roupa que possuía zíper de alto a baixo, facilitando na hora de colocar e tirar, foram outras propostas apresentadas.
Para contemplar deficientes visuais, o desfile teve ainda audiodescrição, explicando características de cada pessoa que cruzava a passarela, como cor de pele e de cabelo e se estava em cadeiras de rodas, com andador e que tipo de deficiência apresentava, além de detalhes de cada roupa desfilada.
Outros desfiles
Visen + Kabila Aruanda
A Visen se uniu à designer Kabila Aruanda para mostrar a coleção Signos de Evolução, com uma seleção recheada de patchwork de xadrezes diferentes, com roupas largas e para todos os corpos, algumas com letras de pichação e serigrafias aplicadas.
Volat
A coleção Yourubanidade da marca preta e periférica Volat, exaltou a cultura e as influências do povo Youruba, que teve muitos descendentes vindos como escravos ao Brasil. Suas tranças, suas roupas amplas e confortáveis, seus saberes foram mostrados no desfile ao som de atabaques e com performances de dança dos próprios modelos, numa homenagem à herança ancestral desse povo.
Guma Joana
Um manifesto contra o aquecimento global, com direito a performance inicial de uma “entidade” falando da Terra, a estilista travesti Guma Joana, ao lado de Amen Ira, apostaram em looks recortados, justos e com muito corpo (de todas as silhuetas e gêneros à mostra).