Lino Villaventura abriu o último dia do SPFW celebrando os 45 anos de sua marca. Mas nada de usar looks históricos. Em três meses, o estilista produziu os 75 looks femininos e masculinos exclusivamente para a apresentação.
No backstage da sala no Shopping Iguatemi, Lino falou com o Elas no Tapete Vermelho e resumiu as quatro décadas e meia da grife em três palavras: “Persistência, coragem e teimosia.”
O professor e historiador de moda João Braga, presente no desfile, comentou sobre a carreira de Lino: “45 anos de moda não é para qualquer um. O Lino tem o ponto de vista de ser fiel ao próprio estilo. Mas ele tem uma visão de mundo que consegue se renovar a cada seis meses e manter a sua identidade própria. Tem a capacidade imensa de transformar tecido em arte”, disse ao Elas.
O resultado na passarela foi exatamente esse. Fiel ao seu estilo, fez uma apresentação descontraída, mostrando que sabe mandar um recado também para o público jovem. Modelos com vestidos nervurados coloridos e curtos surgiam com meias e tênis de cores diferentes, vivas.
Depois, seus vestidos de festas, que também podem ser usados com tênis ou escarpim, bordados, manchados, com volumes desmanchados ou mais estruturados surgiam em linho, tecidos tecnológicos e náilon biodegradável, que desaparece depois de três meses de descarte. Também usados com meias coloridas, num styling alegre e sofisticados.
Os homens também vinham coloridos ou em cores básicas, como preto e branco, com meias sobrepostas de vários tons. Capas de náilon em tingimento ombré e de linho finalizavam vários looks. Na passarela, Sérgio Marrone, Armando Babaioff, o ex-BBB Gabriel Santana exibiam as criações do mestre.
A modelo Carmelita finalizou a apresentação com vestido prateado com modelagem que lembra moulage em tecido tecnológico, que nas palavras dele lembra metal líquido. E lembra mesmo. “Gosto de fazer roupa bem feita, bem elaborada”, disse. E, se depender da “persistência, coragem e teimosia” dele, vai continuar fazendo por muito mais tempo.