Muita gente atribuiu a criação da minissaia à estilista Mary Quant, que morreu nesta quinta-feira (13), na Inglaterra, aos 93 anos. Ela foi uma das responsáveis por fazer da peça acima dos joelhos um hit nos anos 1960, quando a geração baby boom, nascida no pós-guerra, chegava à adolescência e juventude.
Tudo bem que Mary, nascida em 1930, foi uma das primeiras a abrir sua própria loja Bazaar, Kings Road, no bairro de Chelsea, em Londres, em meados dos anos 1950, que virou ponto de encontro para artistas até novatos na época, como Beatles, Rolling Stones, Brigitte Bardot, por exemplo. Conta-se que ela já havia começado a experimentar o comprimento acima dos joelhos em 1958, mas o boom mesmo aconteceu no começo dos 1960, com outras jovens criadores a divulgar a marca e a vender em suas lojas recém-abertas, como Barbara Hulanicki, fundadora da icônica loja Biba. Na França, Andrès Courréges, lançou sua coleção espacial com saias curtas, além de Paco Rabanne e looks metalizados.
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Mas além da minissaia, Mary Quant criou e vendeu uma estética que refletia a rebeldia daqueles anos de contracultura. Looks infantilizados, que lembravam bonecas esquálidas, com vestidos coloridos curtos, cabelos curtíssimos (inclusive os seus castanhos com sua inseparável franja criada pelo cabeleireiro Vidal Sassoon), sombras coloridas, meias coloridas, shorts, capas de plástico e cílios postiços enormes e em camadas é uma das principais lembranças dos looks dos anos 1960, que desafiavam a sexualidade feminina e que vieram após as saias rodadas que começaram nos anos 1950 e antes do estilo hippie, que adentrou os anos 1970. E, sim, se você lembrou da magérrima modelo Twiggy é essa imagem que teve a mão forte de Mary Quant.
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E, bom, depois de idas e vindas, comprimentos mais curtos ou pouco acima dos joelhos, a minissaia está ainda mais em alta, até por conta da moda dos anos 2000, que voltou a resgatar aquele ícone dos anos 1960. Tanto que para coleção do ano passado, a Miu Miu lançou uma tira de peça como saia, dentro da estética dos 2000. Se Mary Quant criou ou não a minissaia, não importa. O que vale é que foi uma das principais revolucionárias estéticas do século 20. E seu legado continua.
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