A morte prematura da cantora Marília Mendonça, aos 26 anos, nesta sexta-feira (5), devido à queda do avião em que viajava, não vai calar a voz das mulheres que ela representou tão bem em sua curta carreira. Uma das rainhas da sofrência, Marília, ao lado de outras sertanejas, como Maiara e Maraísa, Simone & Simaria, Nayara Azevedo, entre outras, destrancaram com suas vozes potentes as convenções masculinas do meio musical.
Marília Mendonça era quase uma porta-voz do movimento que despontou há pouco mais de cinco anos. Mas ao lado da sofrência, da pegação e da bebedeira presentes nas letras das músicas que compunha, Marília e as demais “patroas” chegaram chegando também ao quebrar paradigmas fashion até então presentes.
O sucesso veio ao lado de silhuetas que fugiam dos padrões tradicionais até então impostos no mundo musical da moda. Marília e várias de suas amigas eram gordas e, mesmo assim, não estavam nem aí ao usar shorts, vestidos e saias curtos, roupas apertadas e decotadas. Sinônimos de mulheres reais, mostraram a muitas outras que a força vêm de dentro. As silhuetas robustas confirmavam isso.
De lá para cá, muitas perderam peso e passaram por procedimentos estéticos. A própria Marília, com cerca de 20 kg a menos, afirmou que fez dieta por motivo de saúde e para aguentar a louca rotina que o sucesso impôs. Chegou a dizer que, por vezes, ficava até sem fôlego para cantar em alguns shows.
Mesmo com os quilos a menos, com certeza a jovem Marília, com seu sorriso aberto, seus cabelos longos e sua voz poderosa, deixa um legado não só na música, mas no coração de todas as mulheres que tiveram a jovem cantora como inspiração, seja para dar um chega para lá nos homens que “não prestam”, seja para se olhar no espelho e se sentir a “patroa” de si mesma, não importa com qual silhueta.
Ver essa foto no Instagram
É esse, aliás, o caminho que a moda tem mostrado de uns tempos para cá, provando que determinadas convenções fashion “deixam, deixam mesmo de ser importantes.” Adeus, Marília.