Modelo trans relata medos e sonhos: “Mais empatia e respeito”

A modelo cearense Kayla Oliveira, 25 anos, acaba de se mudar para São Paulo e engrossar o time de modelo transgêneros do Brasil. Em vídeo exclusivo ao “Elas no Tapete Vermelho”, conta como resolveu entrar no mundo da moda, como foi contar sobre a transição para a família e qual seu maior medo.

Kayla Oliveira (Foto: Michael Rodrigues/Divulgação)
Kayla Oliveira (Foto: Michael Rodrigues/Divulgação)

“O que eu maos temia era que meu irmão de 4 ou 5 anos na época não me reconhecesse”, revelou. Mas no fim, diz, foi bem tranquilo. Kayla é agenciada da Joy Model, que representa Lais Ribeiro, única angel brasileira da grife Victoria’s Secret, e participou da seleção de modelos The Look of The Year, ficando entre as finalistas de 2018.

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Natural de Tamboril, município de aproximadamente 25 mil habitantes, no sertão do Ceará, a jovem chegou a trabalhar como operadora de telemarketing, onde vendia planos telefônicos. A modelo trans acaba de fotografar campanhas para grifes de moda, joias e calçados: “Eu estava finalizando meus estudos, por isso adiei o início na moda, mas agora chegou o momento que tanto esperei”, diz Kayla, que pretende a usar a moda como instrumento de transformação.

Kayla Oliveira (Foto: Michael Rodrigues/Divulgação)
Kayla Oliveira (Foto: Michael Rodrigues/Divulgação)

“Quero trabalhar muito e entrar para o site Models.com (que ranqueia os melhores modelos do mundo).”, afirmou a jovem, que começou sua transição por volta dos 20 anos. “A aceitação da minha família foi tranquila, especialmente em relação às pessoas que eu temia. Fui visita-los em um Natal, com os cabelos já compridos. Foi assim a primeira vez que me viram como Kayla”, relembrou a modelo trans.

Kayla Oliveira (Foto: Almir Vargas/Divulgação)
Kayla Oliveira (Foto: Almir Vargas/Divulgação)

Entre os principais obstáculos para as pessoas transgêneros, ela aponta o preconceito. “Ele nos afasta do convívio social”, disse. “Quero poder usar a moda como plataforma para inclusão, para debate, para colaborar na busca por respeito às travestis e transexuais. É uma questão onde ainda há muito para evoluir. Precisamos de mais empatia e respeito!”

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