O estilista Amir Slama é um dos brasileiros escolhidos a mostrar suas criações no BikiniARTmuseum, o primeiro museu do mundo dedicado ao universo da moda praia, na Alemanha. Inaugurado oficialmente dia 5 de julho deste ano, em pleno verão europeu, o museu fica em Bad Rappenau, balneário no sul do país. O estilista escolheu o modelo de biquíni com vazado na parte de trás da calcinha, deixando o bumbum à mostra.
“O museu é uma ótima iniciativa para eternizar esse tipo de trabalho e valorizar a moda praia”, afirmou o estilista, que escolheu a peça criada ainda na época em que era dono da marca Rosa Chá. Com uma sala dedicada à moda praia brasileira, outros estilistas e marcas também representam o país.
O biquíni exposto foi criado para a coleção de verão de 2004 e desfilado em 2003 no São Paulo Fashion Week e na semana de moda de Nova York. A coleção era inspirada em lendas brasileiras. “Com as traquinagens do Saci, tudo ficava invertido. O top virou calcinha, a calcinha virou um top. E por isso, o bumbum ficou de fora”, explicou Amir Slama.
Entre eles, Lenny Niemeyer, Adriana Degreas, Cidinho Pereira, da BumBum Ipanema, primeira loja de biquíni do Brasil; Sharon Azulay, Blue Man; Jaqueline de Biase, da Salinas; e Isabela, Bebel e Carla da Triya.
Brasil
A representante no Brasil do BikiniARTmuseum é a musa dos anos 1980 Magda Cotrofe. Por ser considerada precursora do estilo de biquíni fio-dental e asa-delta, modelo que está em alta entre as tendências, tem uma parte dedicada a ela, com fotos e recortes de revistas.
Outros ícones brasileiros, que tem suas histórias ligadas ao biquíni, também estão no espaço. Rose di Primo, que foi fotografada pela revista alemã “Stern” , em 1974 exibindo a calcinha de triângulo com lacinho criado por David Azulay, da Blue Man, em 1974. Trata-se da até hoje tão famosa e incensada tanga.
Leila Diniz, primeira mulher grávida a usar biquíni; Carmen Miranda, com seus badulaques que mostravam o “South American Way”; Vera Fischer com seu maiô Catalina no concurso de miss Brasil em 1969; além da eterna garota de Ipanema Helô Pinheiro, que também cedeu peça do seu acervo. Peças usadas por Marylin Monroe e Elizabeth Taylor, usados em cenas de filmes também estão expostas.
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O museu fica no mesmo espaço de um hotel, em que os quartos têm como tema biquínis e na entrada, uma reprodução de 10 metros da escultura Janara, da artista plástica brasileira Doris Geraldi, recepciona os visitantes. A obra representa a luta da mulher, suas conquistas e o empoderamento feminino e traz a figura feminia com um traje retrô e luvas de boxe nas mãos. Por isso, o museu criou o prêmio “Janara Swimwear Award”, que anualmente homenageará marcas mundiais de moda praia. Atualmente, o espaço está fechado por conta do lockdown imposto na Alemanha.
Raridades
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Com 3 mil peças e cerca de 400 em exposição, o museu possui criações de grifes como Christian Dior, Coco Chanel e Emilio Pucci e raridades. A peça mais valiosa é o biquíni Golden Reard, criação do francês Louis Reard. Só existem 16 peças originais do criador do modelo duas peças no mundo, sendo que 12 pertencem ao museu. Lembrando que o estilista deu o nome de “bikini” ao traje de banho porque, poucos dias antes de apresentá-lo, os Estados Unidos detonaram a primeira de uma série de bombas nucleares no Atol de Biqkini, no Pacífico Sul.
A exposição é dividida dividida em três partes. A primeira delas é a seção histórica, onde dá para conferir a evolução da moda praia do século 19, com peças no estilo de macaquinhos e vestidos, que cobriam bastante o corpo até o modelo fio dental.