A coleção alta-costura outono-inverno 2020-2021 da Dior, criada por Maria Grazia Chiuri foi lançada exclusivamente online, por meio de um filme mágico intitulado ’Le Mythe Dior’, dirigido por Matteo Garrone, cineasta italiano que recentemente lançou ‘Pinóquio’. O filme, de 14 minutos, mostra miniaturas de vestidos sendo levadas a criaturas mágicas, que lembram ninfas, em meio à floresta, num universo de fantasia e sonho.
O projeto foi pensado e executado durante o lockdown, que obrigou o cancelamento de todos os desfiles de alta-costura ao vivo, que costumam acontecer em julho. A associação de alta-costura de Paris criou um calendário para mostrar as coleções online, que começou nesta segunda-feira (6) e prossegue até amanhã (8).
Num baú mágico que representa a Avenue Montaigne, 30 (endereço da Maison Dior, em Paris), a coleção de alta-costura embarca em sua turnê mundial. Evocando a odisséia de Monsieur Dior, ela lembra o ‘Théâtre de la Mode’, evento único iniciado em 1945 para promover a alta costura francesa ao redor do mundo e que manteve Paris, mais do que nunca, como a capital incomparável da alta costura.
“As imagens surrealistas conseguem tornar visível o que é invisível em si. Estou interessada em mistério e magia, que também são uma maneira de exorcizar a incerteza sobre o futuro”, diz Maria Grazia Chiuri de sua coleção alta costura outono-inverno 2020-2021.
Foi um enorme desafio para as ‘petites mains’ da Dior, como são chamados os artesãos que bordam e costuram as peças de alta-costura, que assumiram a missão de confeccionar miniaturas, resultando num mergulho rigoroso e apaixonado na excelência do ‘savoir-faire’. A coleção destaca o caráter nobre da poesia artesanal que esculpiu, modelou e bordou essas criações excepcionais.
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Ao desenhar 37 silhuetas, Maria Grazia Chiuri quis celebrar o trabalho e a trajetória de cinco figuras indomáveis e magnificamente inspiradoras do movimento surrealista: Lee Miller, Dora Maar, Dorothea Tanning, Leonora Carrington e Jacqueline Lamba. Personalidades visionárias, essas mulheres audaciosas transcenderam seu papel de “musas” e se afirmaram como artistas de talento inquestionável.
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De acordo com o material de divulgação da grife, a nova coleção está imbuída dessa atitude: conectada, sintonizada com a natureza e a transformação. “Certas peças exibem gradações espetaculares de vermelho, como um coral balançando no brilho do oceano. As cores das pinturas de Leonora Carrington e Dorothea Tanning vivem nessas criações por meio de tons luminosos e um mundo de sonhos.O corpo feminino no surrealismo também evoca uma reinterpretação do manequim em miniatura, um
emblema poético no coração do universo da alta costura.
Produzidas inteiramente à mão, as dobras que vestem essas miniaturas celebram a beleza do gesto criativo, que é a essência da alta costura. E, para o grand finale, um vestido de noiva, de acordo com a tradição, um símbolo esquecido ao longo do tempo.
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Veja o filme completo aqui