Cada marca tem sua inspiração, seus conceitos e sua concepção. O quarto dia da 47ª edição do São Paulo Fashion Week começou com o Projeto Estufa, incubadora de novos talentos, com Aluf e Victor Hugo Mattos. Em seguida, a Ca.Ce.Te Company desfilou pela segunda vez no SPFW, com uma coleção para inverno, chamada #ARQUIVO07, com inspiração no vício tecnológico e na fobia de ficar fora das redes sociais, cuja sigla em inglês é FOMO (Fear Of Missing Out).
A ideia é interessante, mas o resultado foi menor do que a expectativa. Em sua estreia, a marca mostrou a que veio com peças ousadas, transparentes (também presentes) e prontinha para a geração a que se refere a inspiração da marca.
Dessa vez, houve mais camiseta e moletom, mas algumas peças realmente chamam a atenção, como os conjuntos de tricô de ponto largo, brancos, moletons com brilhos, que dão vontade de ter assim que o inferno chegar.
As estampas de celulares são bonitinhas e os conjuntos de náilon bege, finalizados com faixas logotipadas são bacaninhas, mas nada que surpreende muito. É cool, é confortável, é gostoso, mas nada de muito novo no front.
Projeto Estufa
A Aluf, primeira marca a se apresentar no Projeto Estufa mostrou uma suavidade contagiante. Trabalhou com vidros reciclados nos acessórios, tanto em enfeites de cabelos, quanto em bolsas estilizadas, com água dentro. A suavidade e fluidez das peças, feitas com tecidos como poliamida biodegradável e com fibras recicladas. Alguns com brilho de água tons de verde-claro (ou verde-água), off-white e amarronzados.
Plissados laterais, mangas mais amplas e tecidos nobres completam a coleção idealizada pela diretora-criativa Ana Luisa Fernandes. Na passarela, modelos mais velhas, como a Costanze Von Oertzen, de 54 anos, e até mais rechonchudas. Um passo a mais para a diversidade.
Victor Hugo Mattos enfeitou ao extremo seus looks, como numa alegoria. Homens e mulheres traziam pedrarias, cristais, bordados e brilho por todos os cantos. É tendência, faz parte do DNA da marca e na passarela vale exagero. O legal é que dá para compor outros looks para vida real, menos carregados.