Se a 47ª edição do São Paulo Fashion Week está mais tranquila, com grifes menos conhecidas, bastou Amir Slama levar celebridades à passarela para voltar aos velhos tempos. Houve atrasos e excitação da plateia com a presença de Jojo Todynho, John Drops, Gominho, Carol Ribeiro e Renata Kuerten. Além da modelo trans Carol Marra e da atriz Suzana Pires.
O desfile foi dividido em duas partes, a primeira trouxe a linha criada em parceira com a atriz Suzana, do Instituto Dona de Si, que contou também com Samantha Schmütz e a própria Suzana na passarela. Jojo era para entrar aí, mas só conseguiu chegar a tempo da fila final.
O projeto da atriz é voltado para ampliar o protagonismo feminino no mercado de trabalho, com capacitação e orientação profissional. A coleção trouxe bodies, peças cada vez mais em alta, para corpos reais. A totalidade da renda das vendas será revertida para o Instituto.
Em seguida, entrou a coleção de Amir celebrando seus 30 anos de carreira na moda. Mais uma vez inspirado no Brasil, o estilista foi buscar no período colonial, com referências à cultura tupi-guarani. Nas estampas, penas coloridas e de rosto de índio, para homens e mulheres.
Para o tal Brasil festeiro, que o estilista cita no material de divulgação, não faltaram peças vazadas, com aplicações brilhantes, incluindo bodies e biquínis.
Uma sofisticação que sempre acompanhou o estilista, recheada de sensualidade. Tiras nas calcinhas, preguinhas perfeitas em maiôs nudes, tops com manguinhas bufantes, capas esvoaçantes e uma sensação de diva vestiam as mulheres. Para os homens, sungas, shorts e calças mais apertadas, com algumas transparências.
Com beleza de Max Weber, os cabelos volumosos davam a impressão de que estavam ao vento. No make, iluminador levemente dourado e cílios postiços, que focavam os olhos.
Se Amir Slama levou a fama de moda praia para fora do Brasil, nada mais justo do que festejar com luxo uma carreira como poucas na moda brasileira.