Cleo, que está no ar com a vilã Betina em “O Tempo Não Para”, acaba de criar um coleção de lingerie com todos os tons de nude das mulheres brasileiras. Trata-se da Power of Nude Liebe by Cleo, em parceria com a Liebe, marca da qual é também é curadora e pela qual lançou também adesivos de seios.
A ideia surgiu da própria Cleo, quando procurava lingerie no tom da pele de uma das bailarinas, negra, para o videoclipe “Bandida”. Foi uma tarefa difícil, por isso sugeriu à marca para lançar um coleção que representasse todas as mulheres, independentemente do tom de pele.
Para posar para a campanha, Cleo convidou modelos que são também são influenciadoras empoderadas em suas áreas e trazem esse discurso para potencializar a diversidade. São elas: a modelo negra ativista Nérida Cocamário; a ex-miss Brasil Raissa Santana;a comediante Letticia Munniz, que faz humor voltado para o empoderamento femininino; além da modelo Andressa Rocha e da própria Cleo.
As fotos foram feitas no Parque Burle Marx, no Hotel Palácio Tángará e no estúdio Boop, em São Paulo. Os cliques são assinados por Jacques Dequeker, com styling de Rapha Mendonça e beleza de Pedro Moreira.
Em entrevista ao “Elas no Tapete Vermelho”, Cleo fala sobre a coleção e sua fascinação por lingerie nude. “É um charme usar lingerie do tom da pele. Elas podem ser delicadas, misteriosas, sensuais”. Veja abaixo.
Elas no Tapete Vermelho – Por que ainda existe tanto preconceito em relação à lingerie nude no Brasil?
Cleo – Eu não sei por que cultivamos o rótulo de sexy apenas na renda. Eu acho que tantas coisas podem ser sensuais. Atualmente, acredito que as peças em tons de pele tem sido muito mais bem aceitas, porque o conceito do sensual e bonito está mudando. Hoje existe um charme em usar lingerie do tom da pele, cria um interesse em estar com o corpo inteiro no mesmo tom.
Elas no Tapete Vermelho – Cite 3 vantagens e 3 desvantagens da lingerie nude.
Cleo – Ah, difícil porque eu adoro peças no meu tom de pele, sou suspeita para encontrar um defeito. Acho que não tem, haha. Essas peças podem ser delicadas, misteriosas, sensuais. O quanto menos a gente rotular, melhor!
Elas no Tapete Vermelho – O designer de calçados Christian Louboutin lançou sete tons de nude em seus sapatos, já que os tons de pele variam muito. Agora esse conceito chega à lingerie. Fale um pouco disso.
Cleo – Eu acho que é de extrema importância ter essa mudança na moda, porque ela precisa ser inclusiva, ter espaço para todos. É muito bacana quando as marcas abraçam a causa e produzem para um público maior. Elas só têm a ganhar com isso. Fiquei bem contente quando sugeri isso para a Liebe e eles embarcaram, porque durante a gravação do clipe “Bandida” foi muito difícil encontrarmos outros tons de pele para uma das bailarinas, que é negra, e é bizarro que isso ainda aconteça. Foi daí, inclusive, que surgiu a ideia de fazer uma coleção que contemplasse outros tons de pele, estou feliz com o resultado.
Elas no Tapete Vermelho– Você costuma postar fotos sexies e um dos preconceitos em relação à lingerie nude é de que é tida como menos sexy de todas. Então, dá uma dica de como ser sexy com lingerie cor da pele.
Cleo –Eu acho que a principal dica é, antes de tudo, a mulher estar bem consigo mesma. Depois, é usar o nude com confiança, porque há peças que são delicadas e provocantes, assim como qualquer outra.
Elas no Tapete Vermelho – O Brasil está vivendo um momento em que muitas pessoas têm se revelado misóginas, homofóbicas e racistas. Qual o recado que pode dar a elas?
Cleo –Acredito que o único recado nesse momento em que vivemos é: espalhe o amor e promova a empatia. Precisamos de mais amor para poder entender e respeitar o próximo sem julgamentos.