A Ratier escureceu o verão com tons de preto, cinza e terrosos, iluminados por pontos de branco, vermelhos e creme, num desfile que começou com sons e imagens de trovões refletidos na parede do fundo. Peças de naílom, como capas, parkas e macacões.
A reflexão proposta por Renato Ratier no SPFW é a de imaginar um um futuro em que os humanos perdem a importância ao mesmo tempo em que os animais e a natureza tomam viram protagonistas.
Essa visão se transformou em estampas criadas pela artista plástica Sophia Viesi, que enfeitavam as costas de muitas peças. Mas nada de romantismo. Os bichos apareciam com seu lado mais assustador, pintados com tintas fortes de vermelho e preto principalmente.
Mesmo não sendo protagonista, os humanos ganham sim importância – claro – na coleção, exercendo tanto o lado sexy quanto o lado noite e esportivo, que são as marcas da grife.
Ratier levou para a passarela seu estilo minimalista e nada datado. Dá para usar hoje, amanhã e depois. Claro que as transparências, como a usada peça veterana Marina Dias, quanto a sobrecalça de couro, usada apenas com calcinha, deixando a bunda da modelo à vista (antes, a Cacete já tinha usado o recurso) não são para todos.
Mas peças de linho, como as camisas e bermudas masculinas monocromáticas de linho – o tecido do momento – são para sempre. Parkas com bolsos externos nas costas, looks inteiros de náilon, maiôs com estampa de cobra usados com botas também fazem parte desse verão não tão ensolarado proposto pela Ratier.
