Dono de agência de tops repudia termo “modelo” no caso Neymar

Anderson Baumgartner, dono da Way Model, agência que tem entre seus representados nomes como Carol Trentini e Alessandra Ambrósio, acaba de divulgar declarações de repúdio sobre o uso da palavra “modelo” para ser referir à garota de programa envolvida no caso do jogador Neymar, que teria participado de uma festa em sítio de um amigo em Araçoiaba da Serra (SP).

Anderson Baumgartner, o Dando (Foto: Divulgação/Way Model)
Anderson Baumgartner, o Dando (Foto: Divulgação/Way Model)

Nayara Macedo, conhecida como Any Awuada, deu detalhes da suposta participação do atleta na festa e disse que manteve relações sexuais com ele, da qual teria participado mais uma garota de programa. O fato de a imprensa em geral se referir à profissional do sexo como “modelo” acabou gerando indignação entre profissionais da moda. Leia abaixo declarações de repúdio de Anderson Baumgartner sobre o assunto.

“Para ser modelo profissional, a menina/o menino precisa ter DRT (registro profissional emitido pela Delegacia Regional do Trabalho), precisa fazer editoriais de revistas, campanhas, desfiles, catálogos de moda, e-commerces. Isso é trabalhar de fato nesta indústria como modelo, vendendo produtos, roupas, sapatos, cosméticos…”, afirmou o profissional.

“Há muito tempo referem-se na mídia a garotas de programa como modelo. Muitas também se denominam ‘modelo’. A culpa é da falta de apuração. Ninguém vai chegar pro professor e falar que ele é um ginasta. Ninguém vai chegar pro arquiteto e falar que ele é professor. Porque cada um tem sua profissão. Cada um tem sua carreira. Não dá pra confundir duas profissões que são completamente diferentes, denominando garota de programa como modelo”, repudiou.

“Tenho lido inúmeras matérias com a chamada: ‘A MODELO (?) recebeu R$ xxx para fazer se%0 com fulano’. Então, NÃO É MODELO. Não exerce a profissão de modelo. Ou seja, aos que dão este pronome, por favor, parem. É tudo bem colocar ‘garota de programa’, que é o que é. Ela exerce esta profissão e está tudo bem, só é preciso denominar corretamente”, reforçou Anderson.

“Em 1998, quando comecei a trabalhar com top models em São Paulo, isso era uma forma preconceituosa de taxar a profissão das modelos genuínas. Mães e meninas tinham receio do mercado da moda, então existe todo um trabalho da indústria, que é uma indústria muito importante para a economia brasileira, de profissionalização e quebra de estigmas. Modelos profissionais são meninas que saem de casa cedo e vão morar em países que elas não dominam nem o idioma, recebem ‘nãos’ durante muito tempo até começar a receber os primeiros ‘sim’. Requer empenho em um trabalho profissional, disputado, onde elas batalham muito pra conquistar um espaço. O mercado da moda já entende isso, mas esse tipo de associação indevida faz um desserviço para as modelos profissionais, cria estigmas. Não se pode citar uma garota de programa como ‘profissão: modelo’. Tudo bem com a profissão da garota de programa, mas cada um tem que ter seu nome. Não é a primeira vez, isso se repete, e entre grandes comunicadores. É preciso corrigir. Está tudo certo com a opção e profissão de cada um, só tem que ser chamada pela palavra correta”, finalizou.

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