Vários desfiles têm acontecido fora da semana de moda oficial de São Paulo, o SPFW, que aconteceu em abril. E, muitas vezes, não há mais aquela divisão de inverno e verão, uma vez que nem mesmo as temperaturas das estações seguem exatamente o script. Nesta quinta-feira (13), a marca Anacê, da diretora criativa Cecília Gromann, apresentou suas criações, que trazem memórias de roupas de família, no espaço Herança Cultural, na Lapa de Baixo, em meios a cadeiras e sofás transformados em assentos para os convidados sob o enorme galpão da loja.
Assim, peças de alfaiataria em estilo vintage ganham espaço na coleção 2024 da Anacê, chamada Córion, membrana que envolve o embrião no útero da mãe, tanto em tecidos próprios para peças com esse tipo de corte e também nos jeans, que estreia no repertório da grife, feitos com as mesmas técnicas usadas para a construção de blazers e calças. E tudo isso com um olhar que veste pessoas de todos os gêneros.
Aliás, grande parte da roupas é agênera, como foi mostrado na passarela, inclusive bermudas de pernas largas, que podem ser confundidas com saias, usadas por modelos masculinos.
Tricôs em blusas e em vestidos fluidos, mas que contornam os corpos sugerem uma feminilidade descontraída, além de blusas alongadas, calças largas, saias com movimento e sobreposições. A grife usou também látex da Amazônia em várias peças.
As cores sóbrias surgem com o marrom, o cinza o preto e o azul, muitas vezes misturados num só look, como o trench coat cinza, minissaia azul-marinho e camisa marrom. As bolsas em couros molengos, usadas amassadas arrematam os looks, que também vem com mocassins tipo mule forrados com pelinhos.
“A coleção reflete como as pessoas vestem a roupa e como as peças fazem parte da extensão do corpo, como uma segunda pele”, disse a estilista ao Elas no Tapete Vermelho, ao destacar ainda a durabilidade das peças, tendência que enfatiza o meio ambiente e a moda circular, de reutilização de roupas por vários anos e até por várias gerações.
Os looks são arrematados com uma beleza leve, incluindo os cabelos. A empresária e influencer Camila Coutinho, da Garotas Estúpidas Beauty (GE Beauty), disse que ideia é deixar a pessoa ter a liberdade de ir onde quiser com os cabelos secando naturalmente. “Sai com o cabelo molhado e deixa descobrir como vai ficar durante o dia. Não tem essa coisa de perfeição. Todas as texturas são bonitas e a pessoa vai descobrir a dela durante o dia”, disse ao Elas no Tapete Vermelho.
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