A abertura da 55ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW) reuniu convidados e imprensa ni Theatro Municipal de São Paulo, nesta segunda-feira (22) para ver a “ópera fashion” orquestrada pelo estilista João Pimenta, que completa 20 anos de carreira e mostrou uma dualidade que sempre o acompanhou: um fazedor de roupa ou de figurino.
Ele mesmo não tem resposta e, se está há 20 anos colocando saias, rendas e bordados em suas roupas masculinas, seus clientes não se importam nem um pouco. Muito pelo contrário: mostram que há espaço para tudo, já que as peças são associadas a uma alfaiataria perfeita, misturada com um quê de sonho e fantasia.
Um resumo disso tudo foi visto no espetáculo – pena que em apresentação única – no Theatro Municipal. E para se apresentar num lugar tão icônico como esse, nao poderia ser de outra forma: uma obra teatral com texto de Geraldo Thomas narrado por Vera Holtz, no começo e no fim.
No meio, quatro atos exibiram o vestuário (mais uma vez a pergunta: moda ou fugurino?) com 60 looks inspirados tanto em festas religiosas do interior quanto na subversão dos homens que habitam as grandes metrópoles.
Ao som potente da pianista Fernanda Maia, a apresentação transcorreu no palco e no corredor que divide a plateia transformado em passarela (obra teatral ou desfile?). Por lá passaram três “personas”, que habitam o universo do estilista: o dândi, o cowboy e o punk. Tudo meio junto e meio misturado.
Na abertura, rendas brancas, aplicações de pedras e transparências brancas, com a alfaiataria nas calças, pantalonas, blazers e casacos. Marrom e bege introduziram o espectador ao mundo western nada óbvio, com franjas, chapéus, xadrezes e botas. Os punks viram no fim, com o preto em texturas diferente e as sobreposições que permearam toda a apresentação e a carreira do estilista.
Patchwork, crinolinas para os homens, couro, jeans, roupas bem terminadas ou como se fossem um rascunho da peça, com pontos aparentes, estampas de cobras, flores aplicadas, azuis lisos ou listrados e cinza se misturam nos looks ora foscos ora com brilhantes.
Ah, mas isso homem não usa? Usa sim e mulher também, basta querer ousar. Caso contrário, estão lá peças para os menos ousados. É só escolher o personagem real que você quer interpretar.
Confira a fila final do desfile
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