Hoje, parece comum usar vestidos criados com plaquetas soltas, de metal ou de plástico. As peças conferem movimento e modernidade a quem usa e podem ser vistas tanto em tapetes vermelhos, festas e looks de Carnaval. O criador disso, poém, foi um revolucionário e um visionário: Paco Rabanne, que morreu nesta sexta-feira (3), aos 88 anos, na França.
De olho na disputa espacial e no futurismo tão em alta nos 1960, suas criações com materiais até então inéditos na moda daquela época, começou a fazer história que continua atual até hoje. Se você já assistiu ao filme “Barbarella” (1968), a guerreira sensual que voltava do futuro com apelo de sedução, pode se lembrar de uma dos mais emblemáticos looks daquela década: o vestido feito com plaquetas usado por Jane Fonda, que viveu a protagonista da história.
Ela, Brigitte Bardot e outras bombshells da época usavam tanto seus vestidos quanto suas bolsas e seus acessórios, fotografados até ao lado do pintor surrealista e também espanhol Salvador Dalí. Hoje, Taylor Swift, Adriane Galisteu estão entre alguns dos nomes que vestiram as criações atuais recentemente. Ah, na época, as pastilhas podiam ser compradas separadamente para cada pessoa mosntar seu próprio vestido. Outra transgressão do mestre.
Tão visionário que era, pode ser que tenha imaginado uma Barbarella vivendo nesta segunda década do século XXI em que as pastilhas de maxipaetês, metais e materiais similares são tão comuns. Aliás, tal trend pode ter voltado exatamente pelas mãos da grife que leva o nome do estilista e que ficou desativada entre 2006 e 2011. Há 12 anos, foi relançada pelas mãos de Manish Arora, que foi substituido em 2012 pela alemã Lydia Maurer. Em 2013, Julien Dossena assumiu o comando criativo, onde continua até agora. E manteve as linhas mestras das criações do fundador da grife, que completaria 89 anos no próximo dia 18. Nas coleções atuais, a mão do mestre continua firme e forte.
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Criada em 1965 por Francisco Rabaneda y Cuervo, que o mundo viria a conhecer como Paco Rabanne, a primeira coleção foi lançada em 1966. E se famosas atuais ainda usam suas criações, o mundo do perfume também não seria o mesmo o espanhol radicado na França desde a Guerra Civil Espanhola.
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Em 1969, se associou ao grupo Puig, hoje 100% dono da marca, e lançou o Calandre, primeiro de uma série de bem sucedidos perfumes com a sua marca. O diferencial da fragrância foi usar chipre como nota básica, quando a moda era utilizar essências cítricas. Em m 2011, criou perfumes exclusivos para o Rock in Rio, que foram batizados de Black XS Rock in Rio. A ousadia de Paco parecia não ter fim, tanto que em 1989, na segunda Nuit du Chocolat, foi o primeiro a criar um vestido feito inteiramente de chocolate.
Se Paco Rabanne acreditava que o mundo iria se acabar dia 21 de dezembro de 2012, como alardeou à época, o fato é que suas criações futuristas vivem até hoje porque, afinal, o mundo não acabou e o futuro é hoje, não é? Viva Paco Rabanne, que será sempre imortal.