Carol Marra lança bazar de roupas que auxilia 3 instituições

Carol Marra realiza a terceira edição do “Bazar da Marra”, em parceria com a MyClo, a partir desta quinta-feira (10). Parte da renda obtida com a venda de roupas e bolsas será revertida para três instituições: Caasah (casa de crianças com AIDS), Casa CAOA (ONG que atende crianças e adolescentes com câncer) e AFESU (instituto que ajuda mulheres, incluindo mulheres trans, em situações de vulnerabilidade).

Carol Marra (Foto: Divulgação)
Carol Marra (Foto: Divulgação)

“A indústria têxtil é o terceiro setor mais poluente do mundo. Olha a gravidade disso”, comentou a modelo e atriz. “Sempre falo que a moda tem que ser circular. Aquilo que não serve mais para mim, com certeza, vai servir para outra pessoa”, completou.

A primeira edição do evento ocorreu em 2019, de forma presencial. Desta vez, as compras serão online, pelo site da MyClo (www.myclo.com.br).

Confira a entrevista exclusiva com a Carol Marra sobre a novidade:

Elas no Tapete Vermelho: Seu bazar, além de ajudar entidades, tem um lado sustentável. Fale um pouco sobre a necessidade de as pessoas reutilizarem as roupas e repeti-las.

Carol Marra: Eu sempre falo que a moda tem que ser circular. Aquilo que não serve mais para mim, com certeza, vai servir para outra pessoa. As pessoas estão tendo a consciência que a gente pode repetir roupa. Não é brega, não é cafona. Se você pagou caro naquela roupa, se você gosta daquela roupa, por que não repetir? Você pode repetir essa roupa usando outro acessório, outro cinto, um brinco, uma terceira peça (colete, blazer), um xale. Você pode repetir aquela roupa “n” vezes. Não tem essa cartilha de que não pode repetir. A gente pode e deve repetir roupa, sim. Se a gente investiu dinheiro naquela roupa, é porque a gente gostou dela. Se a roupa valoriza o nosso corpo, se o tecido é bom, por que a gente vai descartar isso? A gente tem que investir em coisas boas e poucas, não precisa de um guarda-roupa imenso.

Elas: Fale sobre o preconceito em comprar roupas usadas.

Carol Marra: A indústria têxtil é o terceiro setor mais poluente do mundo. Olha a gravidade disso. O impacto dessa poluição é muito grande. Está muito em moda brechó, usar roupa usada. Investir em peças boas, de boa qualidade, que sejam atemporais, que possa usar por diversas estações.

Elas: Após a pandemia, você acha que as pessoas ficaram mais suscetíveis a reciclar roupa?

Carol Marra: Acho que, na pandemia, as pessoas começaram a valorizar a casa, principalmente. A gente redescobriu a nossa casa. Claro que a pandemia tem um lado obscuro, doloroso, com a perda de várias pessoas queridas, mas tem o lado bom, que a gente espera que as pessoas tenham essa consciência, que é de olhar para o próximo e ter uma empatia e, voltando para nossa conversa, de redescobrir a casa, investir num pijama, num moletom. Eu adoro ficar de pijama em casa. E trouxe isso também de ter um outro olhar para seu armário. Num closet muito cheio, você não visualiza o que você tem e acaba que você não usa. Por isso que a gente tem que tentar ser minimalista. Eu não consigo ser minimalista, mas estou fazendo esse esforço, esse exercício diário para ser minimalista. Até por isso estou fazendo o bazar. Eu compro muita coisa, eu ganho muita coisa e não tenho tempo de usar tudo isso. Por que não compartilhar, dividir, fazer essa moda circular? O objetivo do bazar também é esse. Na pandemia, a gente começou a arrumar o armário, viu quanta coisa a gente tinha e que não era necessário tudo aquilo.

Elas: Quais os critérios para a seleção de peças do bazar?

Carol Marra: No bazar, são peças minhas e alguns itens que já tinha na My Clo. Nesta edição especial, não tem doação. Não tive tempo de fazer esse percurso todo, entrar em contato com amigas. Algumas peças são novas, com etiqueta, e outras não. Algum defeitozinho vai ter, mas é o mínimo possível. Os critérios são coisas que têm a minha cara. Algumas coisas não curti muito ou comprei e não tem mais minha cara. Cada época a gente está num estilo. Geralmente, o que está ali eu gosto ou já gostei. Tem vestido lá que eu amo e não me serve mais. O zíper não fecha, a calça não entra. Vamos fazer essa moda circular. Muitas das peças já usei em editorial, na novela, em eventos. Grande parte delas está no bazar porque não me serve mais.

Elas: Quais são os valores das peças?

Carol Marra: Os valores vão estar no site. Tem bolsas de grife da Chanel, que na loja custa R$ 50 mil, a bolsa original em perfeito estado, a gente vende por R$ 20 mil. O custo-benefício é interessante. Tudo menos de 50 a 60% do preço da loja, principalmente as coisas novas.

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