Dilma Russef fez parte do palanque do candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva, na noite deste domingo (30), após sair o resultado da apuração. A ex-presidenta, que foi afastada após impeachment em 2016, usou a mesma blusa que vestia quando saiu do Palácio da Alvorada, em setembro daquele ano, deixando o governo e indo rumo à Porto Alegre, onde passou a morar.
A peça é emblemática por si só. Mesmo tendo usado outras vezes, durante seu governo, repeti-la exatamente quando o PT volta ao poder é uma mensagem que vai além de uma simples roupa com tonalidade de vermelho. Manda um recado de continuação, de que depois de uma lacuna de quatro anos, após ter sido afastada de seu governo, o partido está pronto para reassumir.
E se tem gente que duvida que a roupa se usa não tem importância na mensagem que passa, Dilma Russef, independentemente de ter feito um governo constestado, principalmente no setor econômico, provou que uma peça de roupa pode dizer mais que mil palavras.
E também mostrou que repetir roupa não é pecado e nunca será. É até necessário no momento atual, em que desperdício e ostentação não estão na ordem do dia. Além disso, a blusa transpassada, com estampa de manchas em preto e vermelho, usada com calça preta na noite deste domingo, é peça que nunca sai de moda.
O modelo transpassado, com a amarração lateral, que cria decote em V, é um dos que mais valorizam e alongam a silhueta feminina. É inspirado do wrap dress (vestido-envelope), criado nos anos 1930, durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, pela estilista Claire McCardell, e que nos anos 1970, estabeleceu-se como ícone fashion por meio de Diane von Fürstenberg.