O Projeto Ponto Firme, que existe desde 2015 capitaneado pelo estilista Gustavo Silvestre, foi muito além do crochê, feito no princípio por detentos e egressos do sistema penitenciário. Na sexta apresentação no SPFW, o trabalho mostrado na passarela também tinha as mãos dos alunos do Projeto Ponto Firme, aberta no começos deste ano, de mulheres em situação de violência doméstica, pessoas trans e refugiados.
Na passarela, a diversidade também deu as caras com um casting de várias silhuetas, gêneros e orientação sexual. E ainda com a presença emocionada da modelo Maju Araújo, que tem síndrome de Down e chorou durante sua passagem pela passarela. Maju tem 19 anos e foi a primeira modelo com a síndrome a desfilar em Milão.
“Já estive nas maiores semanas de moda internacionais do mundo, mas poder fazer essa estreia na SPFW, na semana de moda do meu país, é de extrema importância e gratificação. O projeto Ponto Firme já traz toda uma representatividade, ter a oportunidade de trazer mais esse acréscimo, quebrando tanto estigmas, é uma honra”.
O trabalho tem o apoio de famosas, como Juliette e Juliana Paes, que já usaram peças criadas pelos artesãos, Os looks apresentados também trazem o upcycling, com a reutilização de materiais. “Esta coleção mescla diferentes fios: metálicos, de algodão, fios jeans e viscose, todos da Círculo S/A, nossa parceira há tanto tempo. Além disso, há a experimentação com miçangas, correntes, materiais de descarte, sempre utilizando a técnica do crochê e a conexão entre todas as pessoas que participaram desta criação”, afirmou Gustavo Silvestre.
Na passarela, as peças de crochê, que continuam entre as principais tendências, vinham lisas em pontos abertos; com estampas coloridas; com enfeites de papel brilhantes, para dar efeito de passarela. Destaque para os vestidos em tons como o vermelho, dourado e brancos, ideais para looks até de festa.
Os jeans com partes de crochê também marcaram presença. O lado da brincadeira ficou a cargo dos chapéus, alguns deles com a inscrição Balenciaga.