O E! Entertainment estreia nesta terça-feira (16) o documentário Vozes do E!, resultado da campanha homônima lançada em 2018 para mostrar que todas as pessoas, principalmente as mulheres, podem ser quem elas são, expor suas opiniões, serem fortes, empreendedoras e se reinventarem, independentemente de gênero, cor, idade e padrões de beleza.
Apesar de não contar apenas com mulheres negras, o documentário, guiado pela voz de Zezé Motta, que fez um pocket show no lançamento do filme, em São Paulo, aborda o assunto do racismo e é lançado justamente na semana da Consciência Negra. O programa, que vai ao ar às 22h, traz sete mulheres em uma conversa sobre representatividade, racismo, machismo, gênero e padrões de comportamento e beleza, presente na sociedade e na cultura social por meio das imagens passadas pela mídia. Ou seja, mulheres vulneráveis, jovens, brancas e de corpos magros, feitos para a fantasias e desejos masculinos.
O filme conta a história de como essa imagem foi enraizada nas mentes das pessoas, pelos meios audiovisuais, desde a criação do cinema até os dias de hoje. Dirigido por Paula Sacchetta, parte da ideia de questionar os estereótipos ao fotografar mulheres em posições e situações que raramente vemos na mídia: uma negra como CEO de uma empresa; uma loira boxeadora, uma mulher com mais de 60 anos com lingerie sexy; uma princesa oriental de cabelos ondulados; uma transexual astronauta; uma miss gorda; e uma jovem negra como presidente do Brasil.
As fotos produzidas com as sete mulheres foram mostradas nas ruas e as reações das pessoas são ouvidas pelas “protagonistas” do filme. A partir disso, elas conversam e discutem sobre a opinião das pessoas. “O meu propósito é mudar o imaginário das pessoas do que é ser uma modelo bem-sucedida”, fala a modelo negra e plus size Rita Carreira, uma das principais divulgadoras do conceito de Body Positive e de amor-próprio. Rita desfilará no SPFW para a grife Apartamento 03 no próximo sábado (20), Dia da Consciência Negra.
As demais participantes do documentário são Luana Tanaka (atriz), Mafoane Odara (psicóloga e executiva de RH), Natallia Rodrigues (atriz, publicitária e psicóloga), Isabel Dias (escritora), Carinna Morena (atriz e comunicadora) e Neon Cunha (publicitária e ativista). A conversa entre elas é permeada por depoimentos de personalidades como a drag queen, professora e apresentadora Rita Von Hunty, a atriz Maria Bopp, a apresentadora e cineasta Marina Person, a modelo Miranda Luz e a cantora e compositora Elza Soares.
“A luta contra o estereótipo e a invisibilidade da mulher negra nas telas é a luta da minha vida. Este é meu lugar de falar”, afirmou a atriz e cantora Zezé Motta, que no pocket show cantou músicas como “Tigresa”, que Caetano Veloso compôs inspirado nela, o que foi revelado só em 2015 pelo compositor, além de “Chica da Silva” , de Jorge Ben Jor. O papel da escrava negra que se emancipou e vivia como rainha no Brasil colonial do século 18 foi de Zezé Motta na novela da Rede Manchete, que estreou em 1996.