Quando o jogador de vôlei Bruno Rezende e a judoca Ketleyn Quadros entrarem no Estádio Nacional do Japão, nesta sexta-feira (23), às 8h (de Brasília), na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ostentando a Bandeira Brasileira, exibirão uniforme alegre com a cara do Brasil, mas com certos toques japoneses.
As chemises para as mulheres e camisas de mangas compridas para os homens, que também têm bermudas beges lisas, vêm com estampas inspiradas nas flores dos quimonos dos samurais e nas tradicionais tatuagens de carpas dos orientais, reinterpretadas a partir da flora e da fauna brasileiras. A empresa carioca Wöllner assina os looks, além de camisetas e mochilas alusivas à Olimpíada.
Trata-se de um dos três uniformes que os atletas vão usar durante os Jogos de Tóquio. Os outros são o oficial, para receber as medalhas e treinar, produzidos pela empresa chinesa Peak Sports, e o casual e de viagem, da Riachuelo, que fechou contrato com o Comitê Olímpico Brasileiro até final de 2024. Os produtos da Wöllner e da Riachuelo já estão à venda para quem quiser adquirir e torcer para o Brasil.
“Nossa proposta foi homenagear a cidade e o país que recebem os atletas, dando um toque brasileiro”, contou Giuliny Shauer, CEO da Wöllner, ao “Elas no Tapete Vermelho”, um entusiasta da cultura japonesa. As gravuras do livro sobre a história do espadachim e ex-samurai Miyamoto Musashi e as carpas, peixes que nadam contra a correnteza e, ao chegar ao topo da cachoeira, transformam-se em dragão, segundo a lenda oriental, foram a base de criação das estampas”, explicou Giuliny
Essa transformação em dragão serve de analogia aos atletas brasileiros que, para alcançarem ao nível olímpico, enfrentam muitas adversidades no país. “É uma homenagem a esses atletas guerreiros”, afirmou o CEO da empresa. Nas estampas, a carpa vira pirarucu e a fauna e flora são representadas por folhas de bananeira, espada de São Jorge, orelha de elefante, palmeira, alocasia e heliconia, sempre respeitando os traços dos desenhos japoneses.
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Giuliny disse que produziu 150 uniformes oficiais para a cerimônia de abertura, sob medida para cada um dos atletas, cujos corpos são diferentes da grade tradicional. “Confeccionamos do tamanho PPP ao 4G. Os bíceps do ginasta Arthur Zanetti (ouro e prata nas argolas), por exemplo, não são iguais ao de uma pessoa comum”, comentou, ao explicar que os demais atletas receberam um kit com t-shirts e outros produtos. Os valores dos produtos vão de R$ 55,96 a R$ 289,90 no site da empresa. A marca desenvolveu também 10 t-shirts produzidas em colaboração com 10 atletas que marcarão presença no Japão em 2021.
Ao todo, 302 atletas brasileiros vão representar o Brasil na Olimpíada, mas ainda não está confirmado como será a cerimônia de abertura. Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, só nesta quinta-feira (22), a organização vai divulgar o protocolo de quantos poderão participar, por conta da pandemia.
Outros uniformes
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O uniforme casual dos atletas, com o qual viajaram para o Japão, ficou a cargo da Riachuelo. A ginasta Flavia Saraiva (acima) e a surfista Silvana Lima são as embaixadoras da marca em Tóquio. A coleção traz camisetas masculinas e femininas e jaquetas corta-vento. O valores vão de R$ 71,90 (camiseta) a R$ 199,90 (jaqueta).
O uniforme oficial para o pódio e para treinos (esses a critério de cada atleta ou equipe, assim como os de competição, por conta dos patrocinadores) trazem as cores verde e amarela, como nos conjuntos de calça e jaqueta para receber as medalhas, que vêm em tons degradê. Camisetas azuis e amarelas, bermudas verdes, mochilas, tênis, viseiras e bonés também estão no cardápio, assim como chinelos assinados pela Havaianas.