Mais uma vez o Oscar 2021 privilegiou os filmes de época e de fantasia para escolher os indicados a Melhor Figurino. Marcada para o dia 25 de abril, a 93ª edição da premiação optou por valorizar a pesquisa histórica e a elaboração das peças, levando o espectador a, como sempre, voltar ao tempo.
“Emma”, “A Voz Suprema do Blues” e “Mank” são filmes que se passam em três épocas distintas. O primeiro, com a sensação do momento, a atriz Anya Taylor-Joy (da minissérie “O Gambito da Rainha”, Netflix), se passa nos anos 1800. Dos anos 1920, vem a história e o figurino impecável de “A Voz Suprema do Blues”, com a perfeita Viola Davis no papel da cantora Ma Rainey. E “Mank”, entre os anos 1930 e 1940, época que respirava glamour do cinema americano.
Na fantasia, correm por fora, mas com grandes chances de ganhar “Mulan”, uma nova versão da animação de 1998, da Disney. E por fim, o simpático boneco de madeira mentiroso “Pinóquio”, no filme que traz Roberto Benigni como Geppetto. Confira alguns detalhes dos filmes.
Emma
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“Emma” foi escrito pela autora inglesa Jane Austen no início dos anos 1800, começo do século 19. Vivida por Anya Taylor-Joy, que não foi indicada como Melhor Atriz, a personagem é uma jovem bem-intencionada, mas egoísta, cujo passatempo predileto é se intrometer na vida amorosa de seus amigos. A história já teve várias versões no cinema e TV, incluindo “As Patricinhas de Beverly Hills”.
No filme, a luz e a atmosfera vêm em tons adocicados, que se estendem para as roupas. O figurino de época leva a assinatura de Alexandra Byrne, vencedora do Oscar por “Elizabeth: A Era de Ouro” (2007).
A Voz Suprema do Blues
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O figurino dos anos 1920, quando as mulheres já não eram presas a espartilhos nem a roupas que deviam cobrir os pés, é trabalhado magnificamente no filme estrelado por Viola Davis, indicada como Melhor Atriz merecidamente. Os vestidos usados pela cantora, que realmente existiu e é considerada “mãe do blues”, complementam a atmosfera do filme de forma irrepreensível. O figurino é assinado por Ann Roth, de 89 anos.
O filme é adaptado de uma peça de teatro que retrata a irascível Ma Rainey durante a gravação de uma música, quando aumentam as tensões entre a cantora e seu ambicioso trompetista, vivido por Chadwick Boseman, em seu último trabalho antes de morrer.
Mank
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“Mank” retrata o roteirista Herman J. Mankiewicz, durante seu processo de criação do filme “Cidadão Kane”, filme de estreia de Orson Welles, que tinha então 25 anos. A história se passa entre os anos 1930 e começo dos anos 1940. Dirigido por David Fincher e estrelado por Gary Oldman, Amanda Seyfried e Lily Collins, o filme tem como figurinista Trish Summerville, que teve sua primeira indicação ao Oscar.
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Em preto e branco, o filme, que teve 10 indicações ao Oscar 2021, mostra tanto o roteirista com suas roupas relaxadas, ternos largos com paletó aberto, até a sofisticação de vestidos, com peles e brilhos da personagem Marion Davies, uma atriz vivida por Amanda Seyfriend, e as roupas mais comportadas da secretária Rita Alexander (Lily Colins).
Mulan
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A versão atual de Mulan, cujo desenho foi sucesso absoluto de bilheteria no fim dos anos 1990, traz a adaptação com pessoas de carne e osso, da lenda chinesa de uma menina que vira guerreira, se veste de homem, para salvar o Império Chinês e honrar sua família. Com a cor vermelha dominando as cenas do filme e uniformes de lutadores, o figurino vem para enaltecer o papel da heroína, tão em alta atualmente. O primeiro texto escrito sobre a lenda remonta às dinastias do norte da China, entre 386 e 581 d.C.
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A protagonista é vivida pela atriz chinesa Yifei Liu e o figurino é assinado por Bina Daigeler. O filme é dirigido pela australiana Niki Caro.
Pinóquio
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Roberto Benigni vive Gepetto, artesão que esculpe Pinóquio. Muito marrom e a indefectível roupa vermelha do boneco de madeira que vira menino e vê seu nariz crescer quando mente dominam o figurino, que resgata a época original em que foi lançada a história, há 140 anos.
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Para além da versão adocicada do desenho da Disney dos anos 1940, o filme mostra a pobreza da zona rural da Toscana no século 19, acentuada com inverno rigoroso e escassez de comida. O figurino é assinado por Massimo Cantini Parrini e o protagonista é vivido pelo garoto Federico Ielapi.