As apresentações do line-up oficial da 21ª edição do Minas Trend Preview começaram nesta terça-feira (3) com desfile das empresas afiliadas ao Sindijoias, que responde por 34,8% das exportações brasileiras de joias e bijuterias. Na sequência, o mineiro Lucas Magalhães apresentou peças de tricô, sua especialidade, ao lado pelo sintético, tafetá e gaze.
Depois, subiram na passarela Mollet, Natalia Pessoa, Plural e Unity Seven. Tricôs, moda festa e ênfase nos acessórios maximizados, que garantem um visual poderoso e forte, marcaram os desfiles.
Nem podia ser diferente, já que a moda mineira traz a expertise de bordados e trabalhos manuais entranhados em seu DNA. Das 10.899 industrias, que geram 132.857 empregos, as empresas do setor de joias, bijuterias e acessórios são 283, gerando 1.441 empregos.
Joias e Bijuterias
Ao som do coral do Sesi Minas, posicionado sob o ipê amarelo de tecido que enfeita a passarela, modelos entraram com vestidos de cetim em off white, produzidos pela grife Madrepérola, com voltas e mais voltas de colares, além de brincos e pulseiras. O primeiro look a entrar veio com cascata de pérolas, que desciam no vestido, como se estivessem bordadas. Cristais, brilhos e correntes se mesclavam com materiais torcidos e sobrepostos. Além de peças estruturadas, com volumes em 3D vazados.
Com styling de passarela, tudo pode vir junto e misturado: maxicolares e maxibrincos. Na vida real, dá para optar por um ou outro. E também vale usar acessórios de vestir. Fazem as vezes dos bordados com a vantagem de ser usado em looks diferentes, dependendo da ocasião e do estilo de cada uma. Assim, vale destacar as peças com ombreiras e dorso, colocadas sobre os vestidos claros. Mas que podem vir também sobre outras peças.
A volta de desfiles de joias e bijoux, agora sob o guarda-chuva do sindicado do setor, é muito bem-vinda ao Minas Trend, já que o Estado é uma das referências de metais e pedras preciosas do Brasil.
Lucas Magalhães
O mineiro Lucas Magalhães faz do tricô e da estamparia seu ponto forte. Em seu desfile, a pegada jovem e esportiva apareceu junto a outros tecidos. As estampas gráficas, ora em listras, ora emaranhadas, aparecem bicolores, como bege ou mostarda e preto, azul e branco, e preto e branco.
Linhas riscadas sobre tons escuros e listras tricolores também foram vistas. Desenhos coloridos em looks inteiros, para homens e para mulheres. A mistura de cores surge ainda nos sapatos, feitos em colaboração com a Nuu Shoes, como nas botas tricolores.
Os maxibrincos unitários, assinados por Carlos Penna, dão relevância aos looks. Saias, calças, casacos se misturam na coleção do estilista, inspirada nas relações humanas e sua interação com os dias atuais.
Molett
Moletons, plastificados, formas amplas e conforto foram os motes da coleção da Molett. Chamada de 404, nome que vem do erro que aparece na internet, a coleção apostou nos tons de preto, branco, cinza e vermelho, muito vermelho, que é tendência e foi visto no desfile de abertura do evento.
A modelagem confortável vem em moletons encorpados com cortes perfeitos, de alfaiataria, sobrepostos. As peças aparecem sem gênero: calças, blusões, casacos com capuz estão lá.
Ilhoses unitários, brilho do plástico, xadrezes com as cores da coleção transformavam o que poderia ser uma peça comum em algo desejável e antenado com o que tem-se visto nas passarelas e nas ruas. E, para completar, maxibrinco, que é mais do que tendência, e pochetes verticais, usadas transversais ou até mesmo na mão.
Natalia Pessoa
O tricô surgiu pela segunda vez na passarela do Minas Trend com a coleção de Natalia Pessoa. Feminino e sensual, as peças aparecem justas ao corpo ou em godês e pulls.
Inspirada nas paisagens das costas brasileiras, as estampas vêm com folhagens, flores a partir das obras do artista plástico Tom veiga. Listras, xadrezes e lisos também aparecem nos looks.
Babados, assimetrias, bordados com paetês tiram monotonia das peças, que aparecem em fios opacos, brilhantes e até com misturas de vinil. As estampas vêm misturadas, num tipo de patchwork. E a assimetria surge também nas mangas.
Plural
Franjas e tons de cinza na coleção da Plural (Fotos: Ze Takahashi/Agencia Fotosite/Divulgação)
O conforto também marcou a coleção da Plural, marca liderada por Gláucia Fróes, que apostou em tecidos como tweed e moletom encerados, jacquards, viscose, veludo molhado e canelado, couro e moletom. Os tons de cinza e verde-mate dominaram as peças. Franjas em cascata e babados também marcaram presença.
Nessa busca pelo conforto natural, os shapes vêm amplos, tendência em alta atualmente, em peças com corte de alfaiataria, com ou sem pregas. Amarrações, quimonos, vestido envelope, listras em três tonalidades do cinza, couro com tweed. Algumas peças vinham com cortes a fio, inacabadas, estruturadas. Sim, confortáveis e estilosas. E detalhe: maxibrincos unitários.
Unity Seven
Batizada de Art Bloom, a coleção da Unity Seven apostou na feminilidade, com vestidos fluidos longos, também com babados. Estampas de flores grandes, em fundos escuros ou mais claros marcaram a coleção.
Os trabalhos que lembram origamis davam formas a dorsos e mangas, dessa vez sem estampas. Modelos com cores doces, como branco, azul, rosinha, champanhe vinham em cetim, organza, tule e renda, mostrando uma moda festa chique e leve.