O discurso de empoderamento feminino chegou à passarela do SPFW sem perder a ternura. A maioria das marcas que desfiloaram nesta segunda-feira (28) na Bienal do Ibirapuera, ou fora dela, mostraram uma mulher forte, mas que preza pelo conforto e pela leveza. O recado parece ser o seguinte: sim, o sexo frágil é forte, mas não precisa vestir uma couraça de ferro para provar isso. Na passarela, cores suaves, transparências e até estampas que remetem a mulheres que rompiam barreiras com sua arte, como Tarsila do Amaral, inspiração da Osklen.
Assim como Fernanda Lima, loura, linda e magra, luta pode fazer um manifesto antimachista, mesmo vestindo um vestido romântico, as mulheres mostradas pela Osklen, Uma por Raquel Davidowicz, Fabiana Milazzo e Paula Raia podem ser leves e vestir transparência, sem ter que dar satisfação para ninguém.
O conforto é o fio condutor das peças, que trazem uma cartela de cores suaves, que caminha para uma paleta mais intensa, como mostarda, avermelhados e preto, além de muita monocromia, sobreposições, trabalhos manuais, transparências e bordados. As estampas entram em tons fortes ou mais leves. Confira.
UMA
A grife comandada por Raquel Davidowicz trouxe grafismos do artista plástico CY Twombly com peças inspiradas no Japão, por isso om desfile na Japan House. A alfaiataria confortável aparecia bermudas, camisas e calças relaxadas, assim como os vestidos mídi e longos. Mostarda, preto, cru e branco compõe a cartela de cores. Tudo em tecido agradável ao toque e à pele; seda, algodão, cetim, crepe, além de sintéticos suaves.
PAULA RAIA
A estilista Paula Raia fez uma apresentação sensorial, em que as modelos transitavam em pequenos espaços, com vestido rosa-claro, numa espécie de performance que transcende a roupa. Como sempre, peças bem feitas, com tecidos texturizados, artesanais, com sobreposições, bordados e transparências. Bailarinas fashion, que representavam o poder da mulher, mesmo com a cor sinônimo do “sexo frágil”. Sim, todas as peças eram rosa.
OSKLEN
Oskar Metsavath aceitou o convite da família de Tarsila do Amaral para fazer uma coleção em homenagem à pintora, autora de quadros como Abaporu e A Negra. O resultado foi uma coleção que trazia tanto os rascunhos das obras como estampa, como reproduções das telas, com suas cores fortes, em looks inteiros. Peças em risca de giz, numa alfaiataria relaxada, vinha acompanhada de lenço com estampa das telas, além de tonalidades claras, como bege e branco pontuaram a coleção da marca, cujo conforto está em seu DNA.
FABIANA MILAZZO
Em sua segunda apresentação no SPFW, a mineira Fabiana Milazzo apostou na leveza, fluidez e na transparência e também no conforto. Batizada de “Sonhos”, as peças lembram um pouco lingeries e vem ora mais esvoaçantes, ora mais justa ao corpo. Maxibrincos que é tendência, eram os principais acessórios. Plumas, brilho e bordados com flores e pássaros enfeitavam algumas peças. Uma cartela de cores em tons neutros, além do azul, que mistura turquesa e celeste, amarelo suave e preto.