Por Rosângela Espinossi
Depois da viagem de Reinaldo Lourenço à Suécia, no segundo desfile do dia, Patricia Viera embarca para a Ilha de Páscoa para criar sua coleção em tons mais sóbrios e com menos sensualidade explícita do que a última apresentada no SPFW. A estilista foi a primeira a desfilar nas tendas armadas atrás do Museu AfroBrasileiro, no Parque Ibirapuera. Terrosos, marrons, prata e dourado transitaram na passarela da estilista carioca, com sua expertise em couro. Vazados, pastilhas de couro, foscas ou metalizadas, formavam looks femininos e com desejos de usar.
Comentários que se ouviam na saída eram do tipo: “Quero todos os modelos”; “O vestido dourado e prateado são maravilhosos”. E não tem como ir contra a corrente. O trabalho que a estilista faz em couro certificado cria impressões rendadas ou bordadas, finas e elegantes. Um pouco de babado, saias mais longas, pele e ombros à mostra fazem parte da coleção de Patricia, que traz também um ar despojado e confortável.
Na modelagem, desde vestidos justos, com fendas, até saias mais amplas, capas com franjas, jaquetas curtas, blusas estilo camisa sem mangas, comprimentos longos e macacões. Além das esferas de couro sobrepostas, criando volumes, peças com pastilhas quadriculadas, formando texturas que lembram xadrezes enfeitavam as criações de Patrícia. No fundo da passarela, vídeo que mostrava a natureza da Ilha pertencente ao Chile, mas que fica ao Sul do Oceano Pacífico, na Polinésia.
Cacheados
Antes de começar a apresentação, uma performance com negros, incluindo a atriz Lucy Ramos, além de cantores e dançarinos, valorizando os cabelos com cachos, numa ação da tinta de cabelo Nutrisse. “Morena, Arrasadora, Cacheada, Poderosa” eram as frases da camiseta da atriz, que desfilou com calça jeans, como a todas as outras que participaram da performance publicitária, que teve até dança do passinho na passarela.