Uma canção de amor para Lili Marlene. Assim é possível resumir o Desfile Marlene, uma performance com música, dança, textos declamados, marionetes em tamanho natural e, sim, roupas. Assinado por Fause Haten, mais uma vez ele misturou moda e arte, caminho cada vez mais seguido pelo estilista.
Ao ar livre, a apresentação aconteceu no Parque da Independência, no Ipiranga, em São Paulo e faz parte do projeto #ForaDeModa, capitaneado por Fause e equipe do Sesc na unidade Ipiranga, que tem a participação de outros estilistas.
O próprio Fause declarou, cantou e empurrou uma das marionetes inspiradas em Marlene Dietrich. Tudo faz parte da instalção/mostra/peça teatral Lili Marlene – Um Risco, que estará finalizada em agosto. Até lá, outras performances ocorrerão em sábados às 21h (veja serviço abaixo). “Quero ser conhecido como a costureira do bairro. Fazer roupas sob encomendas. As peças desfiladas estarão à venda na minha loja/fábrica no Belenzinho. Mas não há muita variação de tamanho. Quem quiser uma delas pode pedir. Podemos fazer em até três dias, dependendo da peça”, disse o estilista.
No desfile, sem se ater a tendências, há peças vintage, camisetas antigas, como a do último look, cuja boneca foi levada por ele, enquanto cantava uma versão em português de La Vie en Rose, vestidos anos 20, em malha de cristal, em cores predominantemente rosa, além dos looks masculinos vestidos pelos bailarinos, como uma jaqueta de franjas customizada por ele e outra toda de paetê rosa.
Os bailarinos que empurravam as marionetes realizavam movimentos de sedução e romance durante a performance. As bonecas, idealizadas por Fause, foram , confeccionadas por Virgilio Zago e maquiadas por Ricardo dos Anjos, que também criou as perucas loiras à la Marlene Dietrich. “O Desfile Marlene não é moda, mas está à venda e pode ser vestido, não é teatro, mas pode ser assistido e não é obra, mas pode ser contemplado”, de acordo com o material de divulgação e com texto apresentado antes do show.
Esta foi a primeira das performances da série “Lili Marlene – um risco”, com 20 looks, 14 femininos, nas bonecas, e oito masculinos, estes usados pelos dançarinos que manipulavam as “Marlenes”. A partir dela, haverá uma diferente da outra. Estão ainda previstas apresentações para os dias 30 de abril, 7, 14 e 21 de maio e 4 e 18 de junho, sempre às 21h, no Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822).
